Após ouvir a versão de legítima defesa do empresário de 48 anos, a Polícia Civil de Farroupilha irá apurar se o tiro que matou Jonatan de Cândido Oliveira, 20 anos, foi realmente necessário. O réu confesso, que não teve o nome divulgado, se apresentou na delegacia na tarde desta segunda-feira (22) acompanhado de um advogado e admitiu a autoria do disparo.
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O motivo do assassinato seria o furto do celular do filho do empresário de uma indústria de plásticos, de 17 anos. O advogado de defesa Carlos Aberto Sandoval relata que o suposto delito aconteceu em frente a uma casa de festas no Centro de Farroupilha. Após, o jovem teria acionado a família e o empresário decidiu procurar pelos suspeitos.
De carro, o filho, a namorada dele, também de 17 anos, e o pai teriam seguido em direção ao bairro Industrial e, ao retornarem pela Rua Independência, próximo a sede dos Bombeiros, avistaram o grupo dos supostos ladrões. Ao se aproximarem, de acordo com Sandoval, dois homens teriam fugido, mas o restante do grupo permaneceu no local e uma discussão iniciou pela devolução do aparelho. Conforme o depoimento, o empresário notou que Oliveira iria iniciar uma briga, partindo para cima dele com o punho cerrado, e por isso atirou.
Ainda na versão da defesa, a Brigada Militar (BM) chegou rapidamente ao local do disparo, pois o 36º Batalhão de Polícia Militar (36º BPM) fica na mesma rua do crime. Os policiais militares perguntaram sobre os tiros ao próprio empresário, que respondeu que os "suspeitos" correram para outra direção.
O local do crime possui câmeras de segurança e as imagens serão analisadas pela Polícia Civil. O delegado Rodrigo Veiga Morale afirma que ainda é preciso ouvir outros depoimentos e verificar se houve o registro do suposto furto de celular.
— Precisamos verificar se havia a necessidade dele (o empresário) ter atirado. Se realmente foi uma legítima e se não houve um excesso — ressalta o delegado.
No depoimento, o empresário indicou que a arma do crime estaria na sede de sua empresa em Caxias do Sul. Os policiais foram até o local e apreenderam o revólver calibre .38. A defesa admite que o autor confesso não possui autorização para posse ou porte de arma de fogo. A origem da arma não foi explicada.
— Também iremos investigar este porte ilegal de arma. No primeiro momento, ele não assumiu (a autoria do disparo aos PMs). Precisamos dar andamento as investigações. O celular (supostamente furtado) também ainda não foi encontrado — complementa Morale.
Segundo a Polícia Civil, Oliveira não possui antecedentes criminais.