A morte a facadas de uma moradora de Garibaldi, no sábado, foi o primeiro caso de feminicídio no Rio Grande do Sul neste ano. O autor do crime, o companheiro da vítima, teve a prisão preventiva decretada na tarde de segunda-feira. Jocelaine de Paula Neto, 45 anos, foi atingida por três golpes no tórax e no pescoço dentro de casa. Geraldo Mariani, 56 anos, está recolhido no Presídio Estadual de Bento Gonçalves.
Leia mais:
Mulher é morta a facadas por marido em Garibaldi
Mulher morta pelo companheiro em Garibaldi vivia com ele havia seis meses
Mulher morta a facadas em Garibaldi é o primeiro feminicídio de 2019 no RS
Segundo o delegado de Garibaldi, Clóvis Rodrigues de Souza, informações iniciais apontadas pela perícia indicam que a briga entre os dois começou no quarto do casal. O desfecho teria sido na sala. A vítima conseguiu sair da casa, mas acabou caída no quintal, quando finalmente conseguiu pedir ajuda.
— Para nós, não resta dúvidas sobre a autoria. Quando a Brigada Militar foi fazer o isolamento do local, ele foi visto na porta da casa, ensanguentado, bastante confuso. Após, ele foi encaminhado para a perícia — afirma o delegado.
Duas facas foram apreendidas no local. O companheiro da vítima foi submetido à perícia corporal para averiguar a causa dos dois ferimentos que apresenta nas mãos, para afastar a hipótese de conflito corporal entre os dois.
— Possivelmente, a lesão dos dedos foi provocada por ele mesmo ao empunhar a faca _ afirma Souza.
O sepultamento de Jocelaine ocorreu no domingo no Cemitério Municipal de Faxinal do Soturno, próximo a Nova Palma, sua cidade natal, na região central do Estado. A vítima morava com Mariani há pouco mais de seis meses, e nunca havia registrado ocorrências contra o agressor. O último caso de feminicídio registrado em Garibaldi ocorreu em 5 de julho de 2014, quando Sérgio Siqueira, 40, esfaqueou a sogra, Justina Brandão, 51, e a mulher, Márcia Brandão, 34, no bairro Bela Vista I. Os crimes aconteceram na casa de Justina, onde Márcia estava morando temporariamente depois que passou a sofrer constantes ameaças do marido.
— Naquele caso, que marcou muito nossa comunidade, cinco dias depois do crime, nós prendemos o autor, em Carlos Barbosa. Ele aguardou preso por um ano e meio até sair a sentença, que o condenou a 37 anos de reclusão. Isso mostra a celeridade e responsabilidade nossa em relação a esse tipo de caso — diz o delegado.
Garibaldi conta com o Programa de Vigilância da Violência (PVV), que orienta vítimas de qualquer tipo de violência e de todas as idades. O projeto recebe notificações de todos os casos de violência ocorridos em Garibaldi e integra a Rede de Vigilância da Violência, formada por uma rede de órgãos que lidam com saúde e segurança. O grupo se reúne mensalmente para avaliar os casos e articular as ações necessárias.