O vereador Alberto Meneguzzi (PSB) não economizou críticas à decisão do prefeito Flávio Cassina (PTB), que acatou a sugestão do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT) de aumentar a tarifa do transporte coletivo de R$ 4,25 para R$ 4,65, um reajuste de 9,41%.
Na sessão desta quinta-feira (27), Meneguzzi informou que o aumento de 40 centavos coloca Caxias na lista das cidades com a passagem urbana mais cara do país. Entre as 50 maiores cidades brasileiras, Caxias está na nona posição, e terá a tarifa maior do que em 25 capitais do país, destacou o parlamentar.
Meneguzzi ainda criticou a falta de transparência do governo, que não disponibilizou a ata da reunião que definiu o reajuste, além que não constar o nome dos representantes das entidades que votaram a favor do aumento.
Frizzo surgiu na Câmara
A manifestação de Meneguzzi levou o vice-prefeito Elói Frizzo (PSB) para o plenário da Câmara de Vereadores. Ele explicou para vereadores os motivos que fizeram o Executivo acatar a decisão do CMTT.
— Não vim aqui para censurar nenhum vereador, mas os técnicos (da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade) nos explicaram que as isenções de impostos e o fim das gratuidades não poderiam ser aplicados neste ano — disse o vice.
O vice-prefeito Elói Frizzo ainda afirmou que o atual contrato com a Visate deverá ser prorrogado por pelo menos três meses. Em janeiro disse que o prazo seria de seis meses.
Retirar cobradores, outra vez
Questionado sobre as mudanças da nova licitação para o concessão do transporte coletivo, o vice-prefeito Elói Frizzo garantiu que o novo edital não terá mais as duas bacias operacionais que constavam na proposta do Governo Daniel Guerra (Republicanos).
— Naquele modelo, criaram a Câmara de Compensação, e aumentaria o valor da passagem. Queremos reduzir o valor da passagem, e estamos estudando algumas alternativas, como retirar os cobradores de algumas linhas em determinados horários — adiantou.
Comunidade aguarda
Audiências públicas para que a comunidade possa discutir abertamente e com transparência o edital de licitação do transporte coletivo são imprescindíveis. Com a suspensão do edital divulgado pelo governo anterior, de Daniel Guerra, a bola está com a área técnica, segundo o vice-prefeito Elói Frizzo (PSB). Até agora, audiências públicas não foram anunciadas.
O governo anterior, de Daniel Guerra, justificava que a proposta de duas bacias operacionais para o transporte coletivo definida no edital de licitação iria garantir passagem mais baixa.
Tarifa anticompetitiva
O valor estabelecido para a tarifa do transporte coletivo em Caxias, de R$ 4,65, que entra em vigor nesta sexta-feira (28), é totalmente anticompetitivo. Conspira contra a competitividade do sistema, na relação com o transporte por aplicativo.
A consequência natural é uma redução ainda maior de usuários, o que encarece a tarifa. É o cachorro correndo atrás do rabo. Em 10 anos, o sistema perdeu 2 em cada 5 passageiros.
A comunidade precisa debater alternativas para que o transporte coletivo readquira vigor. A operacionalidade e a mobilidade de uma cidade não podem abrir mão do transporte coletivo. Desta forma, a comunidade precisa encontrar saídas sobre o transporte que quer, e decidir sobre elas.
Em São Paulo, subsídio, em Porto Alegre, outras ideias
Em São Paulo, está em vigor uma tarifa de R$ 4,40 (mais barata do que em Caxias). Na capital paulista, o sistema tem subsídio — o custo também é bancado pelos cofres públicos. Para este ano, o subsídio teve redução, e ficará em R$ 2,5 bilhões. Em Porto Alegre, o prefeito Nelson Marchezan propôs taxa para o transporte por aplicativo e pedágio para veículos fora de Porto Alegre para baixar a tarifa.