O clima de otimismo é crescente e as perspectivas ainda mais atraentes para o cenário brasileiro, em 2020. Um dos fatos mais relevantes de janeiro, foi a notícia de que os Estados Unidos disseram que vão priorizar o pleito brasileiro na entrada da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Até então, a turma de Washington priorizava a entrada da Argentina.
O economista Gustavo Bertotti, professor da FSG e head de Renda Variável da Messem Investimentos, eleita o melhor escritório do setor pela XP, avalia que o Brasil encontra-se em melhor posição do que os hermanos para integrar a OCDE.
— Para obter destaque entre as principais economias liberais ainda temos alguns ajustes a serem feitos, mas estamos avançando, ao realizar reformas importantes, como a trabalhista e a previdenciária. Além dessas, temos também a expectativa de início da tributária, que aumentará a produtividade da indústria e, a administrativa, que conferirá mais racionalidade aos gastos públicos e melhorará a eficiência fiscal do governo — defende Bertotti.
Maré reversa
Na contramão dessa via liberal a que o Brasil tem trilhado, o governo argentino de Alberto Fernández já passa indícios de um maior intervencionismo, como a nova tabela de congelamento de preços.
— Este fato é preocupante para Argentina, pois são medidas contrastantes com o modelo de economia de mercado preconizado pela OCDE.
Risco Brasil
Bertotti enfatiza que o Brasil passará a obter destaque entre as principais economias mundiais em se tratando de empréstimos e financiamentos com juros mais baixos, acesso a linhas de crédito diferenciadas em economias avançadas.
Outra vantagem de se tornar membro da OCDE será uma possível melhora do grau de risco/nota de crédito da economia brasileira (atual BB-, grau especulativo) analisado pelas principais empresas classificadoras de risco (Fitch, Standart & Poor's, Moody's).
— Nesse sentido, já há avanços, pois o risco do Brasil chegou em dezembro último ao menor patamar em nove anos. O spread do CDS (Credit Default Swap) ficou abaixo dos 100 pontos (98,25), sendo o menor patamar desde 8 de novembro de 2010. Este é um termômetro de confiança dos investidores utilizado principalmente em economias emergentes, pois indica o risco de calote —revela o economista.