O novo comando do PDT caxiense, que tem o advogado Maurício Flores, 26 anos, como presidente, vai encarar um desafio difícil. Unir o partido depois do esfacelamento resultante das derrotas eleitorais de 2016 e 2018, visando à disputa municipal do próximo ano. Maurício foi assessor do ex-vereador Pedro Incerti, que agora é seu vice-presidente na Executiva municipal. Incerti foi líder do governo Alceu Barbosa Velho na Câmara.
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O novo presidente do partido disse ao Pioneiro que Alceu só não será candidato a prefeito se não quiser. E voltou a afirmar que são todos amigos no PDT, apesar do mal-estar público que toma conta há meses.
Alceu minimizou as divergências e desgastes políticos. Ele teve sua imagem atingida ao ser alvo de pedido de expulsão por movimentos internos do partido por anunciar apoio a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da eleição presidencial, o que culminou com seu afastamento da presidência da sigla.
— Criou mal-estar na ocasião. Agora, o cara quer dizer que tem divisão no partido... Os vereadores estão todos aqui (Ricardo Daneluz não estava), as divergências são naturais... Essa gurizada que está assumindo é uma gurizada nova, tem de por sangue novo.
O braço direito de Alceu, o ex-secretário municipal Agenor Basso, está na Executiva (no jurídico). Outro ex-vereador Renato Paese também faz parte, com o cargo de terceiro vice-presidente.
Os movimentos levam ao entendimento de que o terreno está sendo preparado para Alceu estar na disputa eleitoral de 2020. Um eventual confronto com o prefeito Daniel Guerra (PRB) seria uma forma de fazer a defesa à sua administração, alvo de inúmeras declarações polêmicas por parte do atual chefe do Executivo. Retomar a prefeitura seria uma desforra diante do resultado de 2016.
Alceu segue saindo pela tangente quando questionado se poderá concorrer e repete a conhecida frase: "Se não posso dizer que sim, não preciso dizer que não".
Sem panos quentes
O vereador Rafael Bueno preferiu não ficar quieto. Ele tem sido crítico à condução do processo de formação do novo diretório municipal, afirmando que o interesse dos articuladores é em cargos em comissão (CCs) na Câmara.
— A bancada (na Câmara) não serviu e nunca servirá para atender a assuntos pessoais, que não correspondem ao trabalhismo. Pessoas que tentam destruir a bancada dos vereadores através da executiva estadual, diretório estadual, que dão calote a vereadores, mas estão querendo fazer parte de uma nominata... Temos de ter responsabilidade, não tratar com amadorismo, e ter diálogo, que não teve com a eleição deste diretório. No momento que decidir o futuro do partido nas eleições do ano que vem, tem que ser amplamente dialogado, não quatro ou cinco pessoas decidir nominata de vereador e a coligação do PDT. (Com Mateus Frazão)