A Secretaria da Saúde de Caxias do Sul está pedindo indicações de médicos que queiram atuar na rede pública do município. A pasta tem enfrentado dificuldade para preencher os cargos, já que muitos aprovados em concurso não assumem e profissionais com contratos temporários saem antes do previsto. As sugestões podem ser encaminhadas pelo telefone (54) 3290-4451, do setor de recursos humanos da secretaria.
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Quase metade dos médicos nomeados desde 2018 pela prefeitura de Caxias recusou serviço público
A unidade básica de saúde do bairro Serrano é o caso mais recente de atendimento prejudicado por falta de médicos. Desde esta segunda-feira (18), o posto não tem nenhum dos três profissionais que deveria ter, o que motivou um protesto dos moradores do bairro. As duas médicas, com contratos temporários, que atendiam neste ano pediram exoneração, uma em fevereiro e outra na sexta-feira (15). Ambas atuavam no programa Estratégia de Saúde da Família (ESF), com carga de 40 horas semanais.
De acordo com o secretário Júlio César Freitas da Rosa, a equipe de recursos humanos tem realizado contato com diversas universidades do Estado a fim de captar currículos para contratação temporária. Até lá, se estuda a possibilidade de remanejar profissionais de outros setores para atendimento no Serrano, mas ainda não há prazo para que isso ocorra.
- Não é por não ter concurso, não é pela dificuldade financeira. O problema é a (falta de) disponibilidade. São questões de mercado, questões salariais. Neste ano chamamos mais de 30 médicos e somente três assumiram. Para Estratégia de Saúde da Família o salário é de R$ 13,7 mil mais benefícios, mas isso não tem sido atrativo - lamenta.
Segundo Freitas, neste ano o município contratou 11 médicos para o ESF de forma emergencial, mas cinco desistiram logo depois. Para evitar esse problema, o município criou, no ano passado, o cargo de médico do programa no plano de carreira. Isso vai permitir a realização de um concurso previsto ainda para este ano.
— A estratégia é não ficar refém de contratos emergenciais, em que os profissionais podem ir embora a qualquer momento — destaca.
A previsão, conforme o secretário, é abrir um número de vagas superior ao necessário, justamente prevendo as desistências. Atualmente o ESF conta com 47 equipes da cidade, que deveriam contar com um clínico geral. Seis delas, porém, estão sem médicos.
A falta de interesse dos médicos não é exclusividade deste ano. Do início de 2018 até o dia 11 de março, 114 dos 243 profissionais chamados pelo município recusaram o serviço público.