O atentado contra o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, explicitou o clima de ódio e intolerância entre pessoas com opiniões políticas divergentes no país. Na tarde da última quinta-feira, Bolsonaro foi atingido por uma facada durante uma caminhada de campanha com apoiadores que fazia no centro de Juiz de Fora (MG). Em março passado, um dos ônibus da caravana do ex-presidente Lula que percorria o país em pré-campanha foi atingido por tiros em uma rodovia estadual do Paraná. Lula não estava no ônibus e ninguém ficou ferido.
Para o pós-doutor em Direito Público e professor da FSG, Adriano Tacca, a agressão contra o candidato Jair Bolsonaro demonstra que parte da população tem dificuldade em lidar com as diferenças ideológicas de cada candidato.
– O que se espera de um povo civilizado é que haja um debate de ideias, de modelo de Estado, de modelo político. A gente cresce na discussão. A agressão pessoal demonstra a dificuldade de aceitar o diferente – ponderou.
Tacca diz que as equipes de campanha dos candidatos deveriam promover um pacto contra a violência, a exemplo do que ocorre entre os clubes de futebol rivais. Segundo ele, os candidatos deveriam pedir para que suas militâncias não difundam mais violência.
O professor condena a justificativa de algumas pessoas de que Bolsonaro foi vítima de sua posição a favor do porte de arma de fogo. Tacca comenta que não é necessário concordar com as ideias de Bolsonaro, mas também não é preciso agredi-lo.
– Ele é um candidato, e a manifestação dos eleitores deve ser no voto, não contra a pessoa.
Após o ataque a Bolsonaro, o Pioneiro pediu para líderes políticos caxienses avaliarem se o episódio de violência contra o candidato antecipa a necessidade de os partidos e os políticos refletirem e adotarem uma outra forma de fazer política.