Para o proprietário da Djay Music Bar, em Bento Gonçalves, o ataque desta madrugada é mais um episódio da insegurança que assola a maioria das cidades brasileiras. Renato Bolzoni ressalta que nenhum incidente foi relatado dentro da casa noturna durante a festa e que o atirador estava na Rua Olinto de Oliveira Freitas, uma situação que os seguranças do estabelecimento não têm como controlar. O ataque resultou na morte de Dienifer Martins Marques, 18 anos, e deixou outras duas pessoas feridas em frente a boate.
— Não sabemos o que falar ou como administrar uma situação dessas, em que uma menina é morta. Fazemos o possível para dar segurança aos nossos clientes na parte interna, mas nas ruas há uma guerra urbana, infelizmente. Somos reféns da via pública — lamenta o empresário.
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Bolzoni salienta que não estava na casa noturna durante o ataque, mas que os relatos apontam para um atirador que passou pela via pública atirando. Pelo menos setes tiros atingiram a fachada do estabelecimento.
— Não sei se tinha alvo (definido). O que comentaram é que este rapaz atirou em todas direções, acertando esta menina e outras duas pessoas. Não sabemos o que aconteceu. Não sabemos nem se este atirador estava na festa (antes do crime). Tem muita informação rolando e é difícil saber o que é verdade — afirma.
O empresário ainda lembra o histórico do bairro Planalto, que é conhecido por ser ponto de encontro de dezenas de jovens durante as noites de finais de semana e feriados. As reclamações da vizinhança são sobre abuso de bebidas alcoólicas e do volume do som automotivo, o que gera denúncias de perturbação do sossego para a Brigada Militar (BM). De acordo com Bolzoni, já ocorreram outros episódios de jovens efetuarem disparos de arma de fogo para cima em decorrência destes encontros.
Recentemente, Bento Gonçalves enfrenta uma onda de violência motivada pelo avanço de tráfico. Com este caso, já são 20 assassinatos registrados no município em 2018. Para comparação, a cidade terminou 2017 com 34 homicídios.