Referência na Serra, o Hospital Geral completa 20 anos em Caxias do Sul tendo como principal desafio o equilíbrio financeiro da instituição de saúde. A crise financeira se acentuou com a falta de repasses do Município e do Estado. Mesmo assim manteve os investimentos e não fechou as portas, a exemplo do que aconteceu em outros hospitais no RS.
Fundado em 19 de março de 1998, com o foco voltado para os pacientes de Caxias, o atendimento do hospital se consolidou e projeta se transformar em um complexo hospitalar com a construção do novo prédio, que vai ampliar em 70% a capacidade. As obras começaram em 2014 e estão paradas por falta de recursos. Orçada em cerca de R$ 20 milhões e sem prazo para ser concluída, a ampliação irá sediar o Hospital Materno-Infantil e permitirá a ampliação do UTI Adulta no HG.
O atendimento no HG é 100% gratuito aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Caxias do Sul e de outros 48 municípios da região. Tem reconhecimento no nível III da Organização Nacional de Acreditação, um grupo seleto no Estado, o que lhe confere excelência em saúde, referência para os serviços de oncologia e atendimento materno, neonatal e pediátrico. É com esse perfil que comemora hoje 20 anos.
O diretor do HG, Sandro Junqueira, reforça que os desafios estão em manter o custeio, reduzir o déficit financeiro e concluir a obra de ampliação. Ele destaca que o futuro passa por essa construção, que é uma necessidade para Caxias e região, inclusive, pela falta de leito hospitalar:
— Ao longo dos anos o hospital acumula déficits. O que nos preocupa é o custeio do hospital, porque conseguimos, por meio de emendas parlamentares e verbas do Ministério da Saúde evoluir tecnicamente e também investir em estrutura. Esta é uma questão importante para o futuro, por isso precisamos pensar no que fazer daqui pra frente — ressalta.
Junqueira explica que uma das alternativas é atender pacientes com convênios e planos de saúde. A sugestão para que o hospital atenda também a esses pacientes partiu do ministro da Saúde, Ricardo Barros, quando esteve em Caxias, em fevereiro.
— A qualidade está consolidada, mas o desafio tanto da direção quanto da Fundação da Universidade de Caxias do Sul (Fucs) é buscar esse equilíbrio financeiro da instituição, seja junto ao Estado, ao município e até mesmo começando a atuar em alguns serviços na área privada. Essa é uma novidade. Temos a autorização pra receber também pacientes que tenham planos privados. Acredito que isso possa ser a solução para os próximos anos. Garantimos aos nossos pacientes que mesmo que o HG comece a atuar em alguns serviços para a área de convênios, jamais vamos deixar o paciente do SUS em segundo plano. Nosso DNA é no atendimento ao SUS, mas vamos sim colocar convênios em alguns serviços para suprir o déficit — justifica.
Maior déficit da história
Projetando fechar este ano com R$ 9 milhões, o HG recebeu na última semana recursos de uma emenda do deputado federal Mauro Pereira (PMDB) no valor de R$ 1 milhão, que já está no caixa do hospital, e também espera repasse de R$ 966,5 mil anunciado pelo ministro da saúde Ricardo Barros durante visita à Caxias. Na última sexta-feira, foi publicado no Diário Oficial de Caxias do Sul o repasse do governo do Estado de R$ 5.988.317,28 ao Hospital Geral (HG). Conforme a publicação, o valor é referente ao período de janeiro a dezembro de 2017. O repasse, porém já estava previsto, no orçamento do hospital.
Com a experiência de 10 anos à frente do HG, Junqueira destaca cinco pontos responsáveis por consolidar o hospital: qualidade no atendimento, engajamento da equipe, humanização, alta tecnologia e hospital escola. Segundo ele, o maior avanço nesse período foi a qualificação do serviço de oncologia, com a ampliação dos serviços de quimioterapia e implantação da radioterapia, em 2014. Caxias passou quatro anos sem aparelho de radioterapia, de 2010 a 2014. Quando inaugurou o serviço, mais de 160 pacientes esperavam pelo atendimento:
_ Atualmente, não há fila de espera, o paciente tem um prazo médio de nove dias entre a primeira consulta e o inicio efetivo do tratamento e isso é um parâmetro muito bom comparando com a rede privada de saúde _ pontua.
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