O prefeito Daniel Guerra (PRB), antes de se manifestar, decidiu realizar uma consulta popular por meio das redes sociais para saber se Caxias do Sul quer a construção de um terceiro presídio com recurso federal. Para fomentar o debate, o Pioneiro questionou a opinião de dez representantes da sociedade caxiense e todos se mostraram favoráveis para a construção do terceiro presídio na cidade.
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OPINIÕES
— Com certeza, sou favorável. É uma oportunidade maravilhosa que vem muito a calhar com a necessidade de Caxias do Sul. Temos duas casas superlotadas. Não temos percentuais menores de lotação porque é impossível no atual contexto. Não buscamos o ideal ou razoável, apenas trabalhamos com o que dá para aguentar, com o limite máximo da tolerância. Os atuais 200% de ocupação não são interessantes — juíza Milene Fróes Rodrigues Dal Bó, titular da Vara de Execuções Criminais (VEC).
— Se há esta possibilidade de investimento e houver também em pessoas, para atender as demandas necessárias, não vejo problema nenhum. A demanda está muito grande e superlotação das duas atuais casas está no limite, inclusive com interdições já decretadas. Mas, é preciso garantir todo este aparato que envolve uma casa prisional — promotor João Carlos de Azevedo Fraga.
— Sou favorável a construção considerando a situação que vivemos hoje, que é de superlotação das duas atuais casas prisionais. É preciso observar que, em determinado momento, poderemos ter presos em delegacias e nas viaturas da BM. Por isso, é de fundamental importância desta construção — delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva.
— Sou favorável. O ideal seria a discussão de diminuir presídios. Mas é algo muito distante. Hoje, é importante aumentar o número de vagas. Contudo, é preciso que seja feito de forma a romper o contato que eles mantém com o lado externo. Os crimes continuam sendo comandados de dentro das casas prisionais de Caxias do Sul — major Jorge Emerson Ribas, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM).
— A decisão cabe ao prefeito (Daniel Guerra), mas da minha parte sou favorável. Pelo que está divulgado, a obra não traria custo nenhum ao município. Por outro lado, além de atender a necessidade de vagas, teria benefícios econômicos com a vinda de mais profissionais, como agentes penitenciários e policiais militares, para a cidade — secretário municipal de Segurança Pública, José Francisco Mallmann.
_ Sem dúvidas, sou favorável. Principalmente porque já temos uma área consolidada (para receber a nova casa) que é no mesmo local (da atual penitenciária no Apanhador). Não temos motivos para não aceitarmos este recurso federa. É extremamente importante que a nossa cidade se mobilize para não termos presos em delegacia, como já ocorre em Porto Alegre e região — Valdemor Trentin, diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).
— Sou favorável. Os presídios superlotados que temos hoje são uma fábrica do crime. Precisamos de um novo local onde os presos possam cumprir dignamente a sua pena e tenham uma chance de voltar melhor para sociedade — Nelson Sbabbo, presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC).
— Se há recursos federais disponíveis para esta área, são bem-vindos. Não deve se refugar este investimento. Precisamos de um sistema prisional em boas condições, tanto para dar dignidade dos presos como para ter onde colocá-los. Afinal os presídios de Caxias do Sul também atendem a outros municípios da região — Graziela Vanin, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Caxias do Sul.
— É necessária (esta construção) devido a superlotação das casas já existentes. No momento em que não tivermos mais lugar, os presos ficarão em delegacias. Não é uma prioridade social, afinal precisa-se de investimentos em outras áreas, mas é uma necessidade emergencial — Jean Carbonera, presidente do Conselho da Comunidade.
— Primeiro, tenho que reiterar que temos uma situação de interdição das duas casas prisionais. É óbvio que Caxias precisa de mais uma casa prisional. Claro que não é a única medida que precisa ser tomada, mas não há dúvidas sobre a necessidade — vereador Rodrigo Beltrão, presidente da Comissão de Direitos Humanos.