Tudo indica que o tradicional Casamento Comunitário de Caxias do Sul será cancelado neste ano. O argumento é o mesmo que foi utilizado para justificar o adiamento de eventos como a Festa da Uva, o Carnaval de Rua, o Horti Serra Gaúcha e o Rodeio Internacional: contenção de despesas e o reposicionamento na forma como os eventos públicos são organizados na cidade.
Na última edição, em dezembro do ano passado, 147 casais confirmaram a união no Centro Esportivo do Serviço Social da Indústria (Sesi), no bairro Fátima. Eram homens e mulheres que recorreram ao serviço beneficente porque não tinham condições financeiras para comprar trajes e vestidos, pagar a cartório ou realizar a festa para convidados.
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A diretora de Segurança Alimentar e Proteção Social do município, Maria de Lurdes Grison, afirma que o Casamento Comunitário exige gastos do município, dinheiro que está em falta no momento.
– Sou super a favor deste evento e a prefeitura pode organizar sim, mas não da forma como vinha sendo feito. Ainda não batemos o martelo sobre o assunto, mas pode não acontecer neste ano – adianta.
Uma das mudanças, porém, parece já estar definida: a abolição das roupas de gala dos noivos. De 280 vestidos brancos que a prefeitura mantinha no estoque, restaram em torno de 60 em bom estado num depósito no Banco do Vestuário. O restante, que estaria pior estado, foi doado para entidades. Na leva, a prefeitura aproveitou para repassar 150 ternos, 160 vestidos de madrinhas e dezenas de pares de sapatos, indicativo de que a festa será bem mais simples daqui em diante.
– Se discute internamente que a ação não precisa ser com roupa tradicional, pode ser com as vestes normais – argumenta Maria de Lurdes.
Em 2016, o Casamento Comunitário teve apresentação de banda, da Guarda Municipal e de saxofonista. Os noivos vestiram trajes e acessórios de lojas. Em 11 edições, a ação social oficializou o enlace de 800 casais. O principal objetivo é legalizar gratuitamente as uniões civis para homens e mulheres de baixa renda numa parceria da prefeitura com o Poder Judiciário, Ronda da Cidadania e cartórios civis da 1ª e 2ª Zonas, Vila Seca, Galópolis, Ana Rech e Santa Lúcia.
Até agora, segundo Maria de Lurdes, quatro casais procuraram a prefeitura para buscar informações sobre o evento. As inscrições geralmente abrem em agosto, o que não está confirmado neste ano.
– Vamos organizar de maneira que não onere o município. Também temos pouca gente na prefeitura para ajudar. Teria mesmo é que buscar um grupo de voluntários para tocar o casamento.
Sem festa
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