
Quem tem cães ou gatos sabe que ensinar a fazer as necessidades no lugar certo é um passo fundamental para uma convivência harmoniosa. Apesar de parecer um desafio, com paciência, consistência e abordagens corretas é possível educá-los a respeito deste assunto.
O professor Weslei Santana, do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), relata que alguns pontos chaves podem ser considerados quando estamos em treinamento de um filhote ou um novo membro na casa em relação ao local certo de realização das necessidades. Segundo o docente, ensinar seu cão ou gato a utilizar o local correto é um investimento valioso para uma convivência harmoniosa.
– Ao aplicar métodos baseados em reforço positivo, evitar punições e estabelecer rotinas, você construirá uma relação de respeito mútuo com seu leal companheiro de quatro patas. Lembre-se sempre de que o amor e a compreensão são os alicerces desse processo gratificante – indica o docente.
Confira as sete dicas para ensinar os seus pets a usar o “banheiro”:
1. Reforço positivo é a chave
Quando se trata de ensinar cães ou gatos, o reforço positivo se destaca como a abordagem mais eficaz. Sempre que o animal acertar, recompense-o imediatamente com elogios e petiscos.
Essa técnica fortalece a conexão entre o comportamento desejado e a gratificação, incentivando seu amigo a repetir o bom comportamento. Cuidado com o excesso de petiscos, eles são calóricos e podem aumentar a chance de obesidade.
2. Evite gritos e punições
– Ao contrário do que se possa pensar, gritos e punições não só são ineficazes, mas também podem causar estresse e traumas aos animais. Em vez disso, concentre-se em reforçar os comportamentos positivos. Caso ocorra um deslize, limpe o local discretamente, sem alarde, e siga em frente. Muitos cães podem iniciar comportamentos de coprofagia (comer os dejetos) em resposta a essas punições, então evite – alerta Weslei.
3. Escolha os produtos de limpeza adequados
Quando precisar limpar as áreas afetadas, opte por produtos enzimáticos projetados especialmente para eliminar odores. Isso ajuda a eliminar os vestígios de cheiro que podem atrair seu cão ou gato de volta ao mesmo local.
4. Utilize petiscos com estratégia
– Petiscos podem se tornar aliados poderosos no treinamento. Use-os para recompensar o comportamento desejado após seus pets fazerem as necessidades no local certo. Isso cria uma associação positiva e reforça o comportamento desejado – completa o médico veterinário.
5. Adaptando para cães e gatos
Tapetes higiênicos e jornais são especialmente relevantes para cães e gatos que vivem em ambientes fechados. Introduza esses materiais gradualmente, movendo-os com o tempo para mais perto da área desejada. No início da adaptação, deixar por mais tempo o dejeto em cima do tapete ou do local desejado pode auxiliar no aprendizado do local correto.
6. Estabeleça uma rotina
– Assim como nós, animais de estimação se beneficiam de rotinas. Leve seu cão para passear. Cachorros que moram em apartamento, com o tempo aguardam sempre o horário certo para irem passear e fazer suas necessidades, então não se esqueça desta prática – recomenda o professor.
7. Seja paciente e firme
O treinamento requer tempo e consistência. Para os filhotes, o desenvolvimento cognitivo está acontecendo dia após dia, e isso deve ser trabalhado com cautela evitando possíveis traumas. Cada cão e gato é único, portanto, tenha paciência e seja firme em suas abordagens. Celebrar cada pequeno progresso é essencial para o sucesso.
A importância do médico veterinário
Weslei explica que falar sobre necessidades também engloba assuntos relacionados à saúde, já que muitas doenças sistêmicas, gastrointestinais ou urinárias, podem ter como manifestação clínica alterações na morfologia das fezes, cor da urina, modificações nas frequências de defecação e micção.
– Quando pensamos nas diferentes espécies, sabemos que há diferenças a serem consideradas. Por exemplo, os felinos, que por hábito utilizam caixas de areia, ao contrário do cão, que se adapta melhor a fazer as necessidades utilizando tapete, jornal ou até mesmo o gramado – diz o docente.
Higiene dos gatos
É importante o tutor saber que os gatos necessitam de uma atenção especial em relação ao manejo da caixa de areia. A limpeza frequente e rotineira são questões essenciais, principalmente em relação ao número de caixas dispostas pelo ambiente que o animal vive.
– A escolha da areia é um detalhe importante: areias claras são sempre recomendadas por permitir uma melhor atenção a mudanças da cor da urina, visto que grande parte dos problemas relacionados com as inflamações na vesícula urinaria dos felinos pode iniciar com a presença de uma urina arrozada ou avermelhada. Caso isso ocorra, o gatinho precisa de atendimento veterinário – alertou.
Higiene dos cães
O cão, por apresentar rotinas distintas de um felino, tem uma liberdade maior em relação aos locais onde realiza suas necessidades. Um ponto importante a ser considerado é que cachorros acostumados a urinar em um único local e que de repente começam a fazer suas necessidades em múltiplos pontos com frequência, podem estar passando por processos patológicos. Caso isso ocorra, o pet também necessitará de atendimento veterinário.
– Outro fato importante a ser considerado é que cães não castrados tem hábito a marcação de território, e podem iniciar esta prática em diversos pontos do ambiente, necessitando assim, da cirurgia – completou o docente.
Sonha em cuidar dos animais?
Se você sempre quis atuar na área de Medicina Veterinária, nós temos uma dica: a graduação no Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG) tem sido cada vez mais aprimorado para que os estudantes saiam preparados para o mercado de trabalho. A instituição oferece aulas teórico-práticas e uma ampla estrutura disponível para o desenvolvimento de seus conhecimentos.
O Centro Clínico Veterinário da FSG conta com consultórios para atendimento clínico de pequenos animais, incluindo pets não convencionais, como animais silvestres ou exóticos, bloco cirúrgico com equipamentos modernos, setor de diagnóstico por imagem, laboratórios de Patologia Clínica, Patologia Animal, Microbiologia, Parasitologia e Reprodução Animal, além de setor destinado ao atendimento clínico e cirúrgico de grandes animais.
– Nas aulas práticas, os alunos são estimulados a participar de atividades relacionadas à extensão universitária, iniciação científica, monitorias e estágios extracurriculares – finaliza o docente.
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