Maior felino das Américas, a onça-pintada tem a mordida mais poderosa entre os gatos, incluindo o leão e o tigre. E é principalmente com os dentes que a onça caça, se alimenta e se protege. Por isso, uma das missões dos veterinários do GramadoZoo, na Serra, é realizar o tratamento de saúde, incluindo o dentário, dos felinos que estão sob os cuidados das equipes do zoológico.
De acordo com a bióloga e médica veterinária, Bruna Zafalon da Silva, o trabalho começa com a palpação do animal para verificar se existe alguma alteração que chame a atenção. Com isso, os veterinários fazem a coleta de sangue do bicho para uma espécie de check-up que vai determinar qual procedimento será necessário realizar.
A limpeza nos dentes das onças é parte de uma série de tratamentos preventivos. É onde o famoso bafo de onça não tem vez.
— O procedimento odontológico é feito com rotina em todos os animais que são mantidos sob cuidados humanos. A gente tem mais uma tensão de cuidado com o animal, que possa acontecer alguma intercorrência. Como é um check-up, a gente não sabe como esse animal está — explica Bruna.
Procedimentos como esse exigem conhecimento de vários profissionais. São médicos veterinários, tratadores e biólogos que se unem em um processo integrado pra garantir a saúde dos animais e também a segurança de quem está trabalhando.
Os cuidados começam com a aplicação de anestesia no animal. Durante todo o processo, os sinais vitais são acompanhados, como as frequências cardíaca e respiratória
— Monitoramos com equipamentos que são usados na medicina humana, como o monitor multiparamétrico, o estetoscópio, o termômetro. Passamos o tempo inteiro monitorando esses sinais. São com eles que a gente consegue perceber se o animal está ficando mais superficial, se vai querer acordar, se está ficando muito profundo — afirma a médica veterinária anestesista, Ana Paula Morel.
As onças-pintadas que vivem no zoológico de Gramado têm entre 15 e 18 anos e pesam em torno de 60 quilos.
— Cada vez mais temos segurança de fazer esses procedimentos, que eram algo que antigamente não se fazia por medo dos animais passarem mal na anestesia. Hoje, a gente já faz isso com mais rotina, porque temos fármacos mais seguros, temos mais meios de monitorar. O que a gente quer é que esses animais estejam bem. Então, se eles estão sendo cuidados por nós, temos que fazer o melhor possível para eles — explica Ana Paula.