— Não vejo a hora de me mudar. Está um pouquinho demorado, mas a gente sabe que a equipe está se esforçando para dar uma casinha confortável pra gente. Estou muito feliz com esse recomeço.
É assim que Elaine Maria Medeiros Gomes, de 70 anos, descreve o período de espera para receber uma nova casa. A moradora de Santa Tereza é uma das 24 beneficiadas pelo programa A Casa é Sua – Calamidade.
O projeto, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Habitação e Regularização Fundiária (Sehab), viabilizou a construção de casas para os gaúchos que tiveram as residências atingidas pelos eventos climáticos. Cada unidade terá 44 m² de área, com dois dormitórios, salas e cozinha conjugadas, um banheiro e área externa.
Elaine teve a casa totalmente destruída ainda na enchente de setembro de 2023. Desde então, ela, o marido e a filha estão morando de aluguel.
A edificação das novas residências começou em setembro deste ano, com a instalação dos tapumes e marcação dos radiers (elementos da estrutura que abrangem a área da construção).
Em outubro, a KMB Construtora e Incorporadora, de Gravataí, responsável pelo projeto, começou a fabricar os autoportantes de concreto, materiais pré-fabricados que serão utilizados na montagem das casas. Segundo a Sehab, é a partir desse processo que o prazo de 120 dias para a entrega começa a contar.
Ainda conforme a secretaria, a maior parte dos processos para a construção das novas casas não está sendo feito no canteiro de obras, pois se trata de uma construção com material pré-fabricado.
Dessa forma, a maior parte da construção ocorre dentro da fábrica, onde os autoportantes de concreto estão sendo feitos.
Assim que a etapa for finalizada, o material será levado até o Loteamento Popular Stringhini II, próximo do acesso à cidade, onde as novas moradias ficarão. Contudo, a Sehab não soube precisar quando a montagem deve começar.
Apesar do prazo inicial indicar três meses para a entrega das moradias, ou seja, encerraria em dezembro, a secretaria indicou que aditivos de contrato podem ser feitos, caso necessário.
Contatada pela reportagem, a prefeitura de Santa Tereza afirmou que o prazo de entrega inicial de 120 dias, possivelmente não irá se concretizar. Segundo a secretária municipal da Fazenda, Virgínia Furlanetto, a administração não foi atualizada sobre o novo cronograma de obras.
Enquanto isso, as 24 famílias aguardam pelas novas casas alojadas em moradias alugadas ou com familiares. Conforme a prefeitura, ao menos cinco famílias estão utilizando o programa do aluguel social neste período sem residência própria.
Elaine conta que a família não precisou aderir ao aluguel social, mas espera com ansiedade para voltar a um lugar que seja seu.
— A vizinhança toda vai ser de gente conhecida. O pessoal que era vizinho antes da enchente agora vai voltar a morar do lado. Agora é esperar ficar pronto, aguentar a ansiedade para ter nosso espaço, nossos amigos por perto — finaliza.