Estar mais perto do céu e ver a cidade a 150 metros de altura pela primeira vez a bordo de um helicóptero foi uma aventura inédita para dois caxienses na Festa da Uva. A convite do Pioneiro, a criadora do pastel de polenta, Jurema Secco, e o motorista dos carrinhos que transportam os visitantes pelos pavilhões, Eduardo Berna, sobrevoaram a cidade em uma das atrações mais movimentadas do evento, que segue até 3 de março, em Caxias do Sul.
Moradora de Ana Rech, Jurema é uma artista na cozinha: é dela a receita do pastel de polenta, um dos assuntos mais comentados da Festa da Uva deste ano. Em dois dias, mil unidades do pastel com massa de farinha de milho e recheio de queijo foram vendidos, demandando novas estratégias para aumentar a produção e manter as vendas. Apesar de já ter voado de avião, ela nunca tinha feito um passeio de helicóptero, que permite uma sensação de mais liberdade ao passageiro.
Mas, para Eduardo, foi a estreia nos ares, já que ele nunca voou de avião e nem de helicóptero. O jovem de 22 anos trabalha nos pavilhões pilotando os chamados carrinhos de golfe que auxiliam, prioritariamente as pessoas de mais idade, a irem de um ponto a outro do parque. Muitas vezes, quando está com o carrinho vazio, ele estaciona próximo aos visitantes e oferece uma carona, principalmente entre o Pavilhão 2 e o pórtico dos pavilhões. Um trajeto rápido, mas que ajuda quem está cansado após caminhar por horas no evento.
Jurema e Eduardo se posicionaram cada um em uma das janelas do helicóptero modelo Bell 206B Jet Ranger. Colocaram o cinto e ouviram atentamente as orientações da equipe: uma pequena janela da aeronave pode ser aberta durante o voo, mas o celular não deve ser posicionado do lado de fora sob o risco de queda do aparelho. Eduardo não perdeu a oportunidade e fez fotos e vídeos do início ao fim do passeio. Jurema estava mais ansiosa, mas, lá do alto, relaxou e pegou o celular para fazer vídeos e fotos para compartilhar nos grupos de WhatsApp com a família e amigos.
A viagem é curta, dura de cinco a sete minutos, mas suficiente para ver a cidade de um ângulo diferente. Do alto, é possível sobrevoar o Parque de Eventos e alguns pontos da cidade, como a Praça Dante Alighieri, a Igreja São Pelegrino, e os estádios Centenário e Alfredo Jaconi. Ao todo, são 10 pontos turísticos. Chama a atenção como a cidade tem novas construções, ao mesmo tempo que preserva grandes áreas verdes. O vai e vem dos carros nas rodovias e perimetrais, em ritmo lento visto de cima, também permite novos olhares da cidade.
No fim do passeio, os dois eram só elogios.
— Dá um friozinho na barriga, mas vamos lá, vamos com tudo e com coragem. Adorei, recomendo, quem nunca andou, é uma experiência maravilhosa — contou Jurema, que fez o passeio com o traje típico italiano que está acostumada a usar no evento.
— A cidade é belíssima, estava preocupado com a vista e tentando esquecer qualquer tipo de medo, mas foi bem legal, bem mais tranquilo do que eu imaginava. É uma vista muito bonita, gostei de ver os estádios de cima, o Alfredo Jaconi, a gente passou no Centenário também — descreveu Eduardo.
“A gente mexe com o sonho das pessoas”
Os passeios de helicóptero na Festa da Uva são realizados pela empresa Helisul, de Curitiba, que tem uma base em Canela, na Serra. Possui experiência em Foz do Iguaçu (PR) e também no Beto Carrero, onde está instalada, mas também participa de feiras e eventos, como a Expointer.
O passeio na Festa da Uva custa R$ 290 por pessoa e pode ser parcelado em até 10 vezes no cartão. A aeronave tem capacidade para quatro passageiros, mais o piloto e só não opera em dias de chuva. Ao todo, a operação envolve nove pessoas.
— O pessoal sempre fica com uma expectativa alta, um pouco de nervosismo, mas seguimos procedimentos de segurança que são cumpridos. Quando descem, ficam encantados, felizes e é legal quando a gente mexe com a alegria e com o sonho das pessoas. Geralmente quem chega aqui nunca voou de avião, é a primeira vez e acabamos lidando com o sonho das pessoas — afirmou o responsável por operações e logística da empresa, Carlos Netto.
A empresa também prestou um auxílio importante no último domingo: o humorista Badin o Colono ficou preso em um congestionamento na Rota do Sol, na região de São Francisco de Paula, devido a um acidente, e não conseguiria chegar a tempo para se apresentar na Festa da Uva. Para garantir a apresentação e não frustrar o público, a organização da Festa da Uva providenciou o “resgate” do artista por meio do helicóptero.
— A gente tinha uma ação alinhada com ele, ele ia fazer um voo com a gente, mas o empresário ligou avisando que ele se atrasaria devido ao acidente. Montamos uma operação aqui para buscar ele e deu tudo certo. O atraso que seria de 1h30min reduzimos para 15 minutos — contou Netto.