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Até o próximo sábado (31), relembre os fatos que marcaram o ano em Caxias do Sul e no país. Nesta reportagem, os assuntos mais relevantes do cotidiano da Serra.
O fim das máscaras
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Em março, com o arrefecimento da pandemia de covid-19 e o avanço da vacinação, os municípios da região começaram a relaxar as medidas de proteção contra a doença. As máscaras começaram a cair em março. No dia 11, Caxias do Sul decretou a não obrigatoriedade da peça em ambientes abertos. Dez dias depois, também para quem circula em ambientes fechados. Antes disso, outras cidades haviam optado por abrir mão da proteção.
Hoje, o que se vê é um novo aumento de casos de covid-19 no mundo. A doença voltou a fazer com que pacientes sejam internados em hospitais. A proporção é muito menor do que nos piores momentos da pandemia. A gravidade, idem, muito em função da vacinação. No entanto, todo o cuidado segue sendo pouco.
Regularizações premiadas
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O programa Esse Terreno é Meu, da prefeitura de Caxias do Sul, termina 2022 premiado com o Selo Verde no 2º Fórum Internacional de Cidades Sustentáveis, realizado em Maceió (AL), por ter regularizado a situação de 1,8 mil terrenos na cidade.
A ação teve início em agosto de 2021, no Loteamento Vitória e se estendeu pelo Núcleo Marumbi e Linha 40. Entre as próximas áreas cujas famílias devem receber os títulos estão Centenário, Loteamento Vila Lola e o Núcleo Habitacional Floresta II. O desafio para o próximo ano é, também, criar dispositivos que evitem que novas invasões ocorram.
Parcerias para novas vagas
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A prefeitura de Caxias anunciou em 2022 que vai apostar em parceria público-privada para construir 35 escolas de Educação Infantil. O contrato para estruturar a PPP foi assinado em dezembro e a expectativa é lançar o edital em 2023. As construções supririam a demanda represada de 10 mil vagas. A estimativa é que o investimento da iniciativa privada seja de R$ 300 milhões. No fim de novembro, a prefeitura entregou uma antiga demanda aos moradores do loteamento Campos da Serra: a Escola de Educação Infantil Suzel Serafini.
Saúde pede socorro
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Terminou com renovação de contrato até o fim de 2023 a crise entre Hospital Pompéia e prefeitura de Caxias. Em 16 de agosto, a instituição chegou a comunicar o fechamento da maternidade e outros serviços. No dia 22, foi feito um acordo provisório para que os serviços seguissem até o fim do ano. No último dia 20, enfim, foi fechado um novo acordo. No entanto, para 2023, o Pompéia pretende encaminhar um plano e descontinuar de vez o serviço após o encerramento do novo contrato.
Além disso, o Hospital Geral (HG) escancarou as dificuldades financeiras em setembro. Dados mostravam um déficit de R$ 5,8 milhões e, até o fim do ano a projeção era de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões. Não bastasse, a crise na saúde pública também atingiu beneficiários do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (IPE Saúde) que, em maio, acumulava dívidas na casa dos R$ 650 milhões. Hospitais da Serra chegaram a suspender atendimentos em razão de repasses atrasados pelo instituto, o que atingiu 30 mil pessoas na região.
Concessões e sonho retomado
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O ano termina com a assinatura do contrato para concessão de rodovias da Serra à iniciativa privada. A concessionária Caminhos da Serra Gaúcha será responsável pela administração e manutenção de trechos da RS-453, BR-470 e RS-287, além da totalidade das RSs-240, 122 e 446. Ao todo, são 271,54 quilômetros. O contrato tem duração de 30 anos e a empresa terá que investir R$ 3,4 bilhões em recuperação, manutenção, construção de viadutos e duplicação de 119,46 quilômetros. Serão seis pedágios, com valores entre R$ 6,85 a R$ 9,83, mais a correção da inflação. As obras mais complexas devem ocorrer a partir do terceiro ano de contrato.
Também no final de ano, a Rodovia da Serra, que encurtaria a distância até Porto Alegre, ganhou nova expectativa. A ideia do Estado é dar continuidade às obras de competência federal da BR-116, próximo à Região Metropolitana e, em troca, o governo federal bancaria o trecho de 18,7 km da BR-448, com investimento na casa de R$ 1 bilhão.
Ano de retomada para os eventos
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O ano foi de retomada dos principais eventos e festas da região após as restrições da pandemia de coronavírus. A Festa da Uva, realizada em fevereiro, atraiu mais de 300 mil pessoas aos pavilhões, apesar de ter fechado com prejuízo financeiro estimado em R$ 3,1 milhões. A Mercopar, realizada em outubro, teve número recorde de expositores. Além disso, outras festas comunitárias, como a Fenachamp, em Garibaldi, e a FenaMassa, em Antônio Prado, também voltaram a mobilizar as comunidades.
Tudo difícil no Tudo Fácil
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Com a promessa de agilizar atendimentos na região, com 60 serviços presenciais, entre eles DetranRS, FGTAS/Sine, INSS, IPE Saúde, Procon e RGE, e outros mais de 500 digitais, foi inaugurada em setembro a agência do Tudo Fácil, em Caxias. No entanto, no começo de dezembro, o governo do Estado suspendeu as atividades até que a empresa responsável pelos atendimentos regularizasse a documentação para o pagamento aos funcionários. Ainda não há previsão de retomada.
Iluminação mais moderna
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Outra parceria idealizada é com relação à iluminação pública, que teve lei aprovada no fim de setembro e prevê que a gestão de todas as luminárias de Caxias seja realizada por uma empresa privada. A expectativa é lançar o edital em janeiro, com o leilão ocorrendo em fevereiro ou março, em São Paulo. A estimativa é de que a empresa invista R$ 60 milhões na implantação das 50 mil lâmpadas LED, em um prazo de 15 meses a partir da assinatura do contrato. A parceria deve durar 24 anos, com investimento de R$ 123,8 milhões em instalações, reposições e outras demandas que, pelo contrato, serão atendidas pela concessionária.
Cidade se despede de Dona Idiati
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Uma das personagens marcantes do cotidiano de Caxias do Sul, Idiati Macan Modin morreu no dia 29 de junho, aos 86 anos. Ela ficou conhecida por alimentar e dar água diariamente às pombas pelas ruas da cidade, principalmente na Praça Dante Alighieri. Defensora ferrenha das aves, que há anos são motivo de grande polêmica em Caxias, ela chegava a distribuir 15 sacos de 25 quilos de comida às aves.
Balada aos 74 anos
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Habituada a frequentar bailes da terceira idade, a aposentada Iraceli Comerlato, 74 anos, teve uma experiência diferente em 4 de junho, em Caxias. Ela acompanhou os netos Thales, 27, Augusto, 25, e Pedro, 18, na Level Cult, na Estação Férrea, criada para atender ao público LGBT+ e que costuma receber, tradicionalmente, pessoas mais jovens. O fato viralizou nas redes sociais.
Ano de extremos no clima
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A Serra viveu um ano de extremos no clima. O início de 2022 foi marcado por uma forte estiagem, que provocou perdas de R$ 131 milhões só em Caxias do Sul, fazendo com que a cidade decretasse estado de emergência em comunidades do interior. Outros municípios, como Antônio Prado, Cotiporã, Montauri, Santa Tereza, Gramado e São Francisco de Paula seguiram o mesmo caminho.
Em maio, foi a vez da neve dar as caras na região. Cidades mais altas da região, como São José dos Ausentes e Cambará do Sul registraram o fenômeno no dia 17. Afora isso, a forte onda de frio não deu trégua e permaneceu por aqui até meados de novembro.
Alça da polêmica
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Demanda antiga, a alça de 668 metros que liga a RS-122 com o trecho urbano da Rota do Sol, começou a tomar forma em fevereiro, foi liberada no fim de novembro e, uma semana depois, teve o trânsito de veículos pesados suspenso. O motivo: a dificuldade para vencer o aclive. A alça chegou a ser fechada aos caminhões maiores mas, após nova análise feita pela EGR, responsável pela obra, acabou liberada.
Mais mortes no trânsito
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O trânsito matou 35,7% mais pessoas na Serra que no ano passado. Até o dia 28 de dezembro, foram 133 vítimas de acidentes, contra 98 em 2021. O levantamento contabiliza casos em vias municipais, estaduais e federais da área de cobertura do Pioneiro e Gaúcha Serra, que abrange 49 cidades. A RS-122 foi a rodovia que mais concentrou acidentes com morte (24), mais que o dobro do ano passado (10). Outra rodovia com número significativo e crescente foi a Rota do Sol, que teve 14 registros em 2022, quatro a mais que no ano anterior. As cidades com mais acidentes fatais foram Caxias, com 33, e Farroupilha, com 10.