O início da revitalização da Estação Férrea de Caxias do Sul vai atrasar. A única empresa a participar da licitação para a execução das obras acabou desclassificada nesta segunda-feira (8) e, por isso, o certame foi considerado fracassado. As propostas foram reveladas na última sexta-feira (5).
A medida ocorreu porque a proposta financeira da Prosul Empreendimentos e Construções Ltda. superava os R$ 9 milhões. O valor é cerca de 30% maior que o orçado pelo município, de quase R$ 6,9 milhões.
— Por óbvio a Central de Licitações já declarou a licitação fracassada — afirma a secretária do Planejamento de Caxias, Margarete Bender.
O certame havia sido lançado em 28 de junho, com um projeto que previa concha acústica, praça com fontes de água interativas e deques na Rua Augusto Pestana, entre outras melhorias urbanísticas. A entrega estava prevista para ocorrer em até um ano a contar da assinatura da ordem de início.
Do total de R$ 6,9 milhões orçado pelo município, R$ 3,5 milhões seriam pagos com recursos disponibilizados pelo Programa Avançar no Turismo, do governo do Estado. O restante seria completado pelo município por meio de empréstimo autorizado pela Câmara de Vereadores.
Com o cancelamento do edital, o município agora vai avaliar as alternativas para relançar e certame. Uma reunião para discutir o assunto está prevista para esta quarta-feira (10). Seja qual for a decisão, os recursos repassados pelo Estado estão garantidos, segundo Margarete Bender.
— O pior que pode acontecer é ter que reduzir elementos do projeto, que acho que não vai acontecer e espero que não aconteça. Vamos fazer uma análise detalhada e definir qual caminho tomar. Ou se repete com esse orçamento ou se faz uma revisão orçamentária.
Valores defasados
O fracasso de licitações, seja por estouro de orçamento ou falta de interessados, tem se repetido nos últimos meses na administração pública. O aumento acentuado de insumos asfálticos, por exemplo, já fez com que três licitações para o asfaltamento de uma estrada no Cerro da Glória, no interior de Caxias, terminassem desertas.
No caso da Estação Férrea, a situação é semelhante e envolve o aumento de preços de outros materiais, como pedras basálticas, previstas em grande quantidade no projeto. De acordo com o engenheiro e diretor técnico da Prosul, Dagoberto Lanzarin, a equipe técnica trabalhou por cerca de um mês na elaboração da proposta que a empresa apresentou na licitação e não conseguiu chegar no valor previsto devido à defasagem do orçamento.
— Quando chegamos no valor, vimos que era inexequível, mas como já tínhamos feito o trabalho, optamos por apresentar a proposta até como forma de contribuição. Já imaginávamos que poderia ser desclassificada — observa.