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Uma missa na igreja do bairro São José, em Caxias do Sul, homenageou o sétimo dia de morte de Alicia Valentina Paim de Paula, dois anos e cinco meses. A celebração iniciou por volta das 19h30min desta quarta-feira (27). A menina foi resgatada de um incêndio na casa da avó dela no último dia 18. Ela chegou a ser internada no Hospital Geral, mas não resistiu e morreu dois dias depois.
Além dos familiares, amigos e conhecidos da família foram convidados para a celebração. A mãe de Alicia, Cheila de Souza Paim de Paula, 41, disse que os bombeiros que atuaram no resgate e pessoas que apoiaram a família no dia do incidente também foram convidados.
Pelo menos cinco profissionais fardados participaram da missa, incluindo o comandante do 5º BBM, tenente-coronel Julimar Fortes Pinheiro. Ao final, os familiares, bastante emocionados, foram confortados pelo comandante.
— O nosso objetivo de salvar vidas nem sempre a gente consegue lograr pleno êxito, mas fazemos nosso melhor — disse o tenente-coronel.
— Era uma criança muito querida, muito comunicativa e ativa. Não tenho palavras para descrever a minha filha. Eu vivi para ela. É muito grande a dor e a saudade — diz, emocionada, Cheila.
Bastante abalada, Cheila lembra que teve uma gestação difícil e que sempre sonhou em ter uma menina — ela também é mãe de um rapaz de 18 anos. Ela diz que, mesmo em meio a dor, se sente grata por todos que auxiliaram a família ou oraram por Alicia.
— Teve muita corrente de oração. A gente tentou, lutou. Ela lutou, foi uma guerreira. Tanto que o nome dela é Alicia Valentina, ela foi muito valente mesmo.
Além da mãe e do irmão, a criança deixa o pai, Luiz Roberto de Paula, e demais familiares.
O incêndio
O incêndio ocorreu na manhã do dia 18, na residência localizada na Rua Vitório Andreazza, no bairro Pioneiro. Alicia foi retirada da moradia inconsciente pelos bombeiros. Depois, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) conseguiu reanimar a criança, que foi encaminhada para o Hospital Geral.
Cheila diz que estava cumprindo seu último dia de aviso prévio naquela segunda-feira e que Alicia costumava ficar com a avó no seu turno de trabalho. A família vive em moradias separadas, mas no mesmo terreno.
— Ela adorava ficar lá com os avós. Tinha adoração pelos tios e pelos avós. Era muito apegada a nossa família. Meus pais não conseguem acreditar, choram muito — acrescenta Cheila.
Na última quinta-feira (21), uma equipe de criminalística do Instituto-Geral de Perícias (IGP) esteve na moradia para fazer o levantamento do incidente, contudo, o trabalho foi inviabilizado por uma reforma que estava ocorrendo no local. A perícia foi solicitada pela delegada responsável pelo caso, Thaís Norah Sartori Postiglione, do 2º Distrito Policial, para tentar identificar o foco inicial das chamas e a causa de origem do fogo.
O tenente-coronel Julimar Fortes Pinheiro, comandante do 5° Batalhão de Bombeiro Militar, por sua vez, afirma que até esta quarta a Polícia Civil não solicitou documentos ou laudos sobre a ocorrência.
A delegada disse à reportagem, por meio de secretária, que não falaria sobre o caso porque não tem novidades. Procurado, o delegado regional da Polícia Civil, disse iria verificar o andamento do caso, mas, até esta publicação não retornou.