O retorno localizado no km 3 da RS-453, que deve ser fechado definitivamente pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), não é o único trecho que exigia atenção redobrada dos condutores caxienses. O que não faltam são travessias perigosas, que causam insegurança aos condutores, em diversos pontos das cidade, em rodovias estaduais e federais.
— O retorno que será fechado (espero) em definitivo era demasiadamente perigoso, causando inclusive vítimas fatais ao longo dos anos, tudo pelo fato de alguns motoristas terem 'preguiça' ou desconhecimento que existe um retorno logo à frente, muito mais seguro. Espero que o Daer cumpra com o prometido, é uma obra extremamente simples, que certamente evitará muitos acidentes — avalia o vereador Mauricio Marcon, que sugeriu a intervenção no ano passado.
No bairro Serrano, motoristas que precisam entrar na comunidade pela Rota do Sol relatam espera de 15 minutos para conseguir cruzar a via. No início do mês, a prefeitura e o Daer vistoriaram o trecho e ficou definido que a Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade irá elaborar um estudo para melhorar as condições do local.
Outro acesso que gerou polêmica e, inclusive, manifestações de moradores nos últimos anos foi o do bairro Forqueta, na RS-122. Em julho de 2018, o Daer iniciou as obras de um novo acesso no local onde ficava o antigo pedágio. A alça foi entregue um ano e dois meses depois, no final de setembro de 2019. O objetivo era dar mais segurança aos motoristas, principalmente os que dirigem no sentido Caxias do Sul-Farroupilha, e tinham, como única opção, atravessar a rodovia no sentido contrário para ingressar no bairro ou retornar ao centro da cidade.
O acesso antigo, no entanto, não foi fechado e continua sendo utilizado pelos motoristas. Para o presidente da Associação de Moradores do Bairro (Amob) Forqueta, Calixto Felizari, a nova alça, entregue à comunidade há quase três anos, resolveu bastante os problemas de trânsito relacionados à circulação no bairro. Contudo, ele diz que um possível fechamento do acesso junto ao canteiro central não é aprovado pelos moradores.
— O novo acesso facilitou muito. Hoje, temos as duas opções (para entrar no bairro), é bem melhor para a comunidade. Os moradores são contra a fechar o acesso antigo — pontua.
O presidente da Amob aponta outra solução para melhorar o trânsito no trecho:
— O que a gente aguardava era que o Daer colocasse tachões na pista, obrigando que os motoristas que vêm de Mato Perso usassem o retorno lá embaixo (alça construída pelo Daer em 2019). É a única travessia perigosa que a gente vê — aponta Felizari.
Questionado sobre a existência de algum projeto ou estudo para fechar o antigo acesso ao bairro, o Daer respondeu que "(...) Está à disposição da comunidade para discutir possíveis alterações no trânsito. Inclusive, poderá ser avaliado o fechamento do acesso antigo caso haja essa demanda. Por enquanto, é uma questão de conscientização dos motoristas utilizarem o acesso novo, que oferece melhores condições de segurança aos usuários da ERS-122".
Paciência e atenção também na BR-116
:: Não é somente nas RSs-453 e 122 que os motoristas encontram dificuldades quando precisam fazer um retorno ou acessar um bairro. Na BR-116, no trecho urbano de Caxias do Sul, também há locais com potencial para causar acidentes.
:: Um dos pontos complicados e que exigem paciência, principalmente no horário de pico, está no quilômetro 154. Ali, os motoristas que seguem em direção a Galópolis podem entrar à direita, fazendo o contorno, e voltar em direção ao centro, cruzando a rodovia federal. O local também concentra os veículos que saem dos bairros Santos Dumont e Salgado Filho e desejam seguir ao Centro ou acessar a BR-116. Basta ficar alguns minutos observando para verificar que o trecho é bastante arriscado, principalmente para quem precisa fazer a travessia da BR em horários de movimentação intensa ou dias chuvosos.
:: No outro lado da cidade, o acesso ao bairro Jardim Eldorado, no quilômetro 142, também pode gerar momentos tensos aos condutores. Para entrar no bairro, é preciso recuar à esquerda e fazer a travessia da BR-116. Ocorre que a manobra pode levar minutos, dependendo do fluxo do trânsito no sentido contrário e gerar extensa fila. A maior movimentação e, por consequência, dificuldade, ocorre nos períodos de pico, pela manhã e no fim de tarde.
:: Para facilitar a manobra, o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) está instalando duas lombadas eletrônicas, com limite de 50 km/h, no sentido Ana Rech - Centro. Os aparelhos exigirão que os motoristas reduzam a velocidade, facilitando para quem precisa entrar no bairro, atravessando a via. Até sexta-feira (29), os marcadores não estavam em funcionamento.