O complexo da Maesa, em Caxias do Sul, receberá uma reforma paga pelo poder público antes de ser repassado a um parceiro do setor privado. O objetivo da medida, que representa uma mudança de planos, é garantir maior interesse de investidores. Os estudos de modelagem de uma parceria público-privada (PPP) ou concessão para os prédios históricos já está em andamento desde o ano passado e é conduzido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o secretário de Gestão, Finanças e Parcerias Estratégicas de Caxias, Maurício Batista, a administração já recebeu diversos investidores interessados em conhecer o complexo para futuros empreendimentos. Após visitar a área, a resposta mais comum dos empresários era de que o valor investido no restauro demoraria muito tempo para ser recuperado. Diante disso, a opção do município foi encaminhar as obras mais importantes de recuperação dos prédios, deixando para os investidores apenas intervenções menos estruturais.
— Considerando que é um patrimônio tombado, que exige restauro, é um serviço muito especializado. Isso facilita para o setor privado e, se não tiver parceiros, para nós mesmos, caso o município resolva investir — avalia Batista.
O custo exato para a restauração da Maesa ainda depende da elaboração de projetos, mas o secretário estima que fique na faixa de R$ 60 milhões a R$ 100 milhões. O objetivo da administração é buscar os recursos via financiamento e realizar as obras ainda durante a definição de modelagem da parceria.
— Vamos tentar conseguir esse crédito para fazer esse investimento estrutural e buscar uma PPP — afirma.
Para auxiliar na definição do modelo de restauro e de investimentos a serem realizados, o município pretende lançar nos próximos meses um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Comum em processos de concessão de serviços públicos, a medida consiste em uma coleta de projetos elaborados pela iniciativa privada. Essas propostas podem ou não ser aceitas e, caso alguma seja acatada, o autor é recompensado.
Conforme Batista, o PMI da Maesa terá que reunir três estudos apontando plano de ocupação, receita e o que se espera do uso do complexo, entre outros. A documentação também vai ajudar o município a entender como a iniciativa privada enxerga o potencial do complexo.
Estudo arquitetônico está concluído
Outro levantamento fundamental para a ocupação dos prédios, o chamado Masterplan, já foi concluído. O estudo consiste em uma análise arquitetônica detalhada para identificar quais espaços do complexo podem receber cada atividade prevista e quais intervenções são necessárias.
O plano foi elaborado pelo escritório Vazquez Arquitetos, de Caxias do Sul, com participação de profissionais de arquitetura de várias partes do país, especializados em restauro de patrimônios tombados. Agora, a documentação está em análise na Secretaria do Planejamento para eventuais modificações que o município considerar necessárias.