Faltando poucos trâmites para o início da construção, a Secretaria de Trânsito de Caxias do Sul decidiu buscar um novo endereço para a Estação Principal de Integração (EPI) Ana Rech. A mudança de planos ocorreu devido a contestações da comunidade do bairro, que se mostrou contrária ao endereço proposto, na Avenida Rio Branco, em frente à Marcopolo, na entrada do bairro. A avaliação de uma nova área ficou acertada em reunião realizada na Câmara de Vereadores, no dia 19 de novembro.
De acordo com o vice-presidente da Sociedade dos Amigos de Ana Rech (Samar), Fabrício Calgaro, a mobilização teve início há cerca de 60 dias, quando a comunidade tomou conhecimento do projeto (embora ele já tramitasse na prefeitura desde 2018, pelo menos). Os moradores consideram que uma EPI no endereço proposto vai agravar os problemas de trânsito já existentes e não irá contemplar todos os bairros da zona norte. Uma comissão formada por empresários, comerciantes, moradores e demais representantes da comunidade de Ana Rech está a frente do assunto.
— Tem vários pontos (que precisam ser observados). Nos horários de pico já é um transtorno com o movimento do pessoal da Marcopolo e temos receio que piore, além do impacto da zona de interesse turístico, que é um assunto que estamos trabalhando para retomar. A EPI também não abrange toda a comunidade, ela deixa de fora bairros populosos como o Serrano, o Jardim Eldorado e o Jardim Iracema — aponta Calgaro.
Segundo ele, uma nova localização ainda será debatida com o município. Contudo, há terrenos que já foram apontados, no passado, pela própria secretaria para receber uma EPI. Entre eles estão áreas às margens da BR-116, no bairro São Cristóvão, e no bairro São Ciro, este último próximo ao viaduto sobre a Rota do Sol.
De acordo com o secretário de Trânsito de Caxias, Alfonso Willembring, ainda não há novas áreas definidas para a implantação da EPI e a construção no endereço previsto inicialmente também não está totalmente descartada. Segundo ele, um dos principais motivos que levaram à escolha do terreno na Avenida Rio Branco é o fato de ser área pública, o que reduz custos. Esse fator também será levado em conta na hora de selecionar uma área alternativa.
— Tem que se analisar toda essa questão da área pública, para que não se tenha que desapropriar — observa.
O projeto original prevê a construção da EPI no centro da Avenida Rio Branco, com a ampliação de faixas em ambos os sentidos. Se mantida como prevista inicialmente, a obra deve custar cerca de R$ 7,8 milhões, recurso reservado ao município dentro do PAC Mobilidade Médias Cidades, do governo federal. O projeto está em análise no Ministério do Desenvolvimento Regional, em Brasília, última etapa antes da publicação do edital de licitação.
A EPI na região de Ana Rech permitirá a troncalização do transporte coletivo no sentido norte-sul. Além disso, a nova estação também deve permitir a integração das linhas do interior (intramunicipais) com os ônibus que levam ao centro da cidade. Atualmente, existem linhas troncalizadas somente no eixo leste-oeste. Para o futuro também estão previstas EPIs no bairro Belo Horizonte e na zona sul da cidade, mas ainda é necessário captar recursos.