Um caminhoneiro de Farroupilha encontrou o chapéu de Eroi Henrique Figueiredo, 59 anos, que morreu atropelado na última segunda-feira e vai devolvê-lo à família da vítima. O acidente ocorreu na altura do Km 177 da RS-453, perto da empresa Sazi, um ponto de tráfego intenso de veículos. Como não havia sido recolhido com os pertences de Figueiredo, na ocasião, os familiares que moram no município de Jaguarão, na fronteira com o Uruguai, iniciaram uma busca nas redes sociais para tentar localizar o chapéu que tem valor sentimental para os parentes.
A sobrinha de Figueiredo, Edna Carine Salah, 45, conta que neste sábado (6), recebeu uma ligação do caminhoneiro que disse ter encontrado o chapéu junto ao local do acidente, cerca de duas horas depois do atropelamento.
– Ele me ligou ontem (sábado), um senhor muito simples e camarada, e disse: "Teu chapéu está bem guardado comigo. Achei estranho... ele ficou lá umas duas horas. Passei lá e levei para guardar" – relatou a sobrinha a partir da ligação.
O caminhoneiro pediu a Edna para não ser identificado. Ele tem viagem marcada para Pelotas, no sul do Estado, para esta segunda-feira. Lá, deve encontrar uma moradora, que é amiga de Edna e receberá o chapéu para entregar à família. O objeto será guardado por uma irmã de Figueiredo.
– Não é pelo chapéu, mas pela história dele (tio) que era uma pessoa muito boa – afirmou Edna.
Recentemente, Figueiredo estava acampado na margem da rodovia, em Farroupilha. Mas, ele costumava viajar por diversos lugares do país, sempre acompanhado do chapéu que tinha sido presente de um irmão e acabou se tornando uma marca registrada, assim como a longa barba e cabelos compridos, que renderam a ele o apelido de Raul Seixas.
Figueiredo foi sepultado em Jaguarão na última quarta-feira.