A bandeira vermelha no Modelo de Distanciamento Controlado, que passou a vigorar na Serra no último dia 1º intensificou a lotação dos ônibus, problema enfrentado pelos caxienses desde o início da pandemia. Até a última sexta-feira (4) o percentual de excesso de passageiros em relação ao total transportado estava em 3,65%. Em todo o mês de novembro, quando a bandeira era laranja, o índice ficou em 0,92%, com mil passageiros acima do limite permitido.
Dois fatores ajudam a explicar o aumento dos números com a mudança de bandeira. O primeiro é a ocupação permitida nos ônibus, que fica em 60% na cor laranja e cai para 50% com a sinalização vermelha. Em contrapartida, a quantidade de passageiros nunca esteve tão alta depois da queda brusca causada pela pandemia.
— A última vez que teve bandeira vermelha eram cerca de 50 mil passageiros por dia. Agora estamos entre 70 mil e 80 mil. Não houve queda de passageiros porque dessa vez não teve diminuição das atividades. O comércio, por exemplo, segue funcionando — avalia Evandro Rech, gerente de trânsito e transportes da Secretaria de Trânsito.
Com a identificação, ainda na semana passada, do aumento do problema, a secretaria solicitou à Visate um estudo operacional para adequar a oferta à demanda. O levantamento será entregue nesta segunda-feira e será implantado imediatamente, caso não sejam necessárias adequações.
— Nós sugerimos várias mudanças, mas a concessionária também tem condições de avaliar. (A solução) passa por aumento da frota e por mudança de modelo de ônibus — explica Rech.
Apesar do excesso de passageiros nunca ter sido superado por completo, a avaliação do gerente é que o índice de novembro, de mil passageiros acima do limite, é um número pequeno dentro dos 113 mil passageiros fiscalizados. Ainda assim, já havia uma expectativa de aumento por conta das festas de fim de ano, que também será levado em conta na bandeira vermelha e na reorganização da malha.
Enquanto isso, a estratégia é acionar o reforço da linha sempre que um excesso é identificado. Diariamente, segundo Rech, são monitoradas ao menos 200 linhas, principalmente em horários de pico. Em novembro, a campeã de problemas foi a linha Fátima, com 111 passageiros em excesso em 14 dias de fiscalização. Já na sexta-feira, a linha Iracema teve 25 passageiros além do permitido em dois horários, no fim da tarde. Atualmente, o transporte coletivo opera com cerca de 70% da frota normal.