A taxa de ocupação dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Caxias do Sul tem apresentado queda desde o final do mês de setembro. Nesta terça-feira (03), 60, 27% dos leitos estão ocupados e há um mês, a ocupação era de 75, 34%. A maior ocupação foi registrada no final de agosto e início de setembro, quando se chegou próximo aos 90%.
Entretanto, é necessário analisar a quantidade de pacientes com covid-19 internados nas UTIs de Caxias do Sul, que tem se mantido estável desde o início de outubro, ficando entre 10 e 15 pacientes internados. Para o secretário de Saúde de Caxias, Jorge Olavo Hann Castro, as taxas têm se mantido constantes em relação à covid-19, entretanto, o aumento de casos preocupa.
— Tivemos aquele pico na segunda quinzena de agosto, que foi o auge da nossa ocupação, depois, tivemos uma leve diminuição. E agora, as taxas de ocupação de UTI têm se mantido estáveis. O que temos tido nos últimos dias é um aumento dos contaminados. Esse expressivo aumento é a nossa preocupação, pois com ele, há consequentemente, um aumento de internações tanto em enfermaria, quanto em UTI — afirma.
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Há estabilidade também nas internações em enfermaria do SUS em Caxias. Nesta terça, são seis pacientes com covid-19 internados e, exatamente um mês atrás, eram nove. Para Castro, essas internações têm se mantido constantes, mas em um patamar superior. E observando num geral, ele destaca que os contaminados nessas últimas semanas são pessoas mais jovens, que dificilmente vão para UTIs.
Quanto aos casos confirmados em Caxias, o secretário destaca que há relação com o aumento de testes, que foi possível graças ao programa Testar RS. Agora, todas as pessoas que apresentam síndromes gripais, independente da faixa etária, são testadas.
Feriados e o aumento do contágio
A infectologista Lessandra Michelin, coordenadora do controle de infecção do Hospital da Unimed e diretora da Sociedade Brasileira de Infectologistas, analisa a relação do aumento de casos com os períodos pós feriado.
— Após o pico em julho e agosto, tivemos em setembro uma diminuição dos casos que sempre culmina com época de feriado. Nesses feriados, as pessoas se encontram mais e consequentemente se contaminam mais. Geralmente uma semana depois desses feriados há um aumento de casos. Então, não há uma regularidade. As pessoas precisam entender que estamos em pandemia, por mais que elas estejam cansadas, ainda temos casos e os mais graves ainda são idosos e pessoas com comorbidades — avalia.
Assim como a infectologista, o secretário da Saúde destaca que o aumento da movimentação social traduz o aumento de contágio, e isso era esperado. Porém, o que não estava previsto era a falta de cuidado que tem sido observada nas últimas semanas. O uso de máscaras está diminuindo e as aglomerações estão se tornando mais contantes e maiores.
"A pandemia não acabou", alerta o secretário da Saúde
Números constantes não refletem a tendência de queda de acordo com o secretário da Saúde, que faz um apelo pelo cuidado.
— A pandemia não acabou. Se as pessoas não tomarem as devidas precauções, vamos ter um aumento muito grande de contaminados e internações. Temos que manter os cuidados sanitários — afirma.
Assim como ele, a infectologista Lessandra destaca que não dá para pensar que a pandemia acabou, pois todas as semanas são registrados casos novos e as consultas de pacientes com síndromes gripais não estão diminuindo.
— A população deve continuar em alerta. Realmente está sendo difícil, as pessoas querem se encontrar, mas isso deve ser feito de uma forma segura, priorizando a proteção facial (com o uso de máscaras ou face shields), mantendo o distanciamento máximo possível distanciamento e lavando as mãos. É isso que podemos fazer.
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