Oito novos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde foram abertos no Hospital Geral de Caxias do Sul, nesta quinta-feira (9). As estruturas foram instaladas visando reforçar a rede de atendimento para acolhimento de possível ampliação de internações em meio à pandemia de coronavírus.
Os leitos foram custeados unicamente pelo município e demandam investimento de R$ 2.629,78 por dia. Desde o início da pandemia, Caxias do Sul ampliou em 91% a quantidade de leitos de UTI adulto pelo SUS, passando de 34 para 65. No HG, agora são 28.
Conforme revelaram o prefeito Flávio Cassina (PTB) e o vice Elói Frizzo (PSB) em live nesta quinta-feira (9), outros oito novos leitos já estão foram encomendados pelo município e podem ser abertos, caso haja sinalização de mudança de bandeira da Serra no programa de distanciamento controlado do governo do Estado. Cassina, no entanto, reconhece que o município está encontrando dificuldades de viabilizar a ampliação da rede.
— Temos mais oito leitos pré-encomendados, mas vamos verificar o que vai acontecer com a situação das bandeiras. Se for necessário vamos fazer o esforço, mas já estamos tendo dificuldade, estamos quase batendo no teto em função, não de recursos propriamente ditos, mas equipes para trabalhar nesses leitos. Não só o leito, tem de ter o equipamento e principalmente a equipe e médicos intensivistas, e estamos tendo dificuldades de obtenção de novos — declarou Cassina.
Questionados se as dificuldades do poder público para ampliação da rede de atendimento não indicavam a necessidade de aceitar a bandeira vermelha como realidade, Frizzo defendeu que a ocupação de leitos está abaixo da prevista, assim como o nível de contaminação projetado inicialmente.
— Nunca passamos de 70, 74% de ocupação de leitos de UTI. O ano passado, nessas mesmas datas, estávamos com 100% dos leitos ocupados. Se projetava um número de infecções de até 50 mil pessoas. Se trabalhava com em torno de 11 mil pessoas que adquiririam a infecção e um universo de em torno de 3 mil hospitalizações e até 400 internações em leitos de UTI — avaliou Frizzo.
Para ele, o que complica a situação de Caxias é ser avaliada em âmbito regional, conforme os critérios do governo do Estado:
— Entre as 10 principais cidades brasileira entre 500 e 600 mil habitantes, Caxias é a melhor colocada em performance, temos número bem menor de óbitos. O critério das bandeiras nos colocou em saia justa, pois regionalizou o problema, nos colocou junto com 49 cidades. Então, todas as ações levam em conta o que acontece em todas as cidades e não especificamente na nossa.
O anúncio com a possibilidade de redefinição do mapa do Rio Grande do Sul ocorre nesta sexta (10). Nesta quinta-feira à tarde, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, Caxias tem 144 leitos de UTI (contabilizando SUS e privado), com 91 ocupados, ou 63,2% de taxa de ocupação.
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