
Pedras, árvores caídas, lama e muita água escorrendo pelos paredões. Esse era o cenário na BR-470, próximo ao Km 193, na Serra do Rio das Antas, na manhã desta quarta-feira (8). A água, que desceu da encosta e da estrada, carregou um pedaço da ponte Ernesto Dornelles. No trecho da cabeceira da estrutura também houve um deslizamento de terra. O trecho que liga Bento Gonçalves a Veranópolis, ficou bloqueado por 11 horas. A via foi liberada às 10h desta quarta.
Caminhoneiros ficaram parados enquanto a ponte ficou bloqueada. Sérgio Guilherme Pitrowsky, 53 anos, que saiu de Rio Grande com destino a Nova Prata, aguardava a liberação da rodovia:
— Quando chove ficamos atentos porque sabemos que é perigoso passar por esse trecho.

Comerciantes e moradores que vivem às margens da ponte contam que o Rio das Antas não subia tanto desde 2001. Naquele ano, o nível do rio chegou no terceiro pilar:
— Desde 2001 o rio não subia assim. Falta meio metro para chegar na marca daquele ano. É desesperador porque escoa água pela estrada, o rio sobe e não tem o que fazer — diz Cleiton de Borba, 29, que teve a casa invadida pela água.
Sérgio Tomasi, 56, trabalha em uma lancheria que fica ao lado da ponte e se assustou com o que viu nesta manhã:
— Ver o rio assim assusta. Em 2001 foi a maior enchente por aqui, mas parece que estamos bem próximos daquele ano.
Alagamentos

Próximo à ponte há uma casa onde funciona uma fruteira. A manhã foi de limpeza para tirar a água do local. Ademir Both, 64, mora há 23 anos na casa.
— A água que entrou na nossa casa veio da rodovia. Era muita água que desceu carregando pedra, galhos e sujeira — afirma.