Três médicos caxienses e um porto-alegrense viajaram para Manaus, capital do Amazonas, nesta terça-feira (5). Eles atuarão em duas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do município, em parceria com a iniciativa privada, para trabalhar diretamente com pacientes infectados pelo coronavírus.
A capital amazonense contava, até o início da tarde desta terça-feira, com 4.344 casos de coronavírus. O município já registrou 418 óbitos. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas.
Os caxienses Priscila Olmi, 36 anos, Samantha Damiani, 32, Rodrigo Britto, 33, viajaram junto com o porto-alegrense Luciano Eifler, 53. Além de ajudar os manauaras, eles também vislumbram adquirir experiência para aplicar no Rio Grande do Sul.
— Estamos motivados em ajudar e aprender muito! Negociamos com a família pois sabem dos nossos ideais. Nos capacitamos uma vida inteira e chegou o grande momento — conta Eifler, cirurgião do Trama e Emergencista.
A médica emergencista Priscila, que atua no Hospital Geral, conta que eles participaram do programa de convocação de profissionais da saúde, para atuar nas áreas mais frágeis do país. Para isso, cadastraram-se no site do Ministério da Saúde e voluntariaram-se para a viagem.
— O intuito é dividir conhecimento e adquirir experiência para contribuir, se preciso, com a nossa comunidade. E também, falo por mim, ser útil e fazer valer o juramento sabe? Não pretendo viver outra pandemia nesta era e acredito que há um propósito em toda minha trajetória e esta oportunidade única me permite crescer como pessoa e médica.
O contato com os médicos gaúchos surgiu por meio da Medplus. A empresa foi contratada pelo governo manauara para gerir recursos humanos e de material em dois hospitais da cidade.
— A equipe para suprir os 120 leitos precisa de 18 médicos no mínimo por hora. Atualmente, há menos da metade de médicos nestes hospitais e isso também limita a abertura do total dos 120 leitos. Nós tivemos apoio das nossas famílias e amigos próximos. O projeto fica inviável sem ele — expõe Sabrina.
Eifler explica que projetou consoles na UTI e agora quer vê-los fazendo telemedicina de verdade, salvando vidas. Ele conta que, para realizar o trabalho, levaram ultrassom de bolso, de alta tecnologia. O aparelho conecta-se com smartphones e tablets e, assim, permite realizar exames de ultrassom em qualquer lugar:
— Vou atuar também na implantação da Telemedicina lá nas UTIs de Manaus para apoio às equipes assistenciais. Vamos nos conectar com infectologistas, pneumologistas e outros especialistas. É o maior case de Telemedicina da história do Brasil! Não podia estar fora dessa. Obrigado pela oportunidade. Quero ajudar e participar.