O Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, participou do estudo Coalizão Covid Brasil que buscava analisar se a hidroxicloroquina tinha resultado eficaz no tratamento do coronavírus. A pequisa iniciou tão logo a pandemia começou a crescer no país e as primeiras análises não demonstram que a medicação tenha influência na recuperação dos infectados. Em breve, a instituição irá entrar na pesquisa sobre o plasma do sangue de convalescentes.
O Ministério da Saúde (MS) divulgou nesta quarta-feira (20) novas orientações que ampliam a possibilidade de uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes com sintomas leves da covid-19.
— Não conseguimos ter uma impressão conclusiva do real benefício do uso da hidroxicloroquina em termos de fazer com que os quadros evoluíssem de forma mais leve, diminuíssem o tempo de internação ou evoluíssem com algum tipo de agravamento. Analisando os pacientes, não tivemos um parecer conclusivo — explica a Dra. Roberta Pozza, diretora-técnica do hospital.
A instituição teve quatro níveis de pesquisa: o grupo 1 (pacientes com sintomas leves), grupo 2 (quadro moderado a grave), grupo 3 (pacientes graves) e no grupo 5 (pacientes ambulatoriais).
O hospital aceitou participar da pesquisa por entender que o estudo diretamente com os pacientes seria a forma mais concreta para se ter resultados na utilização da cloroquina. Isso se mostrou efetivo, mas não de uma forma que a medicação pudesse auxiliar no tratamento. Foram 25 pacientes que aceitaram participar, dos grupos 1 e 2, sem um resultado conclusivo.
— Nossa visão que essa liberação do Ministério da Saúde, de forma ampla (para utilizar a cloroquina) vem com evidências frágeis. Essa é a nossa percepção. Não somos contra a proposta de tratamento, mas é preciso ter clareza em relação a isso — ressalta Roberta.
A vacina segue como o único caminho seguro, mas outros tratamentos também serão testados. O Tacchini irá participar de mais um estudo e desta vez com o plasma do sangue de pacientes que já passaram pela covid-19 e são considerados curados, algo que também está ocorrendo em Caxias.
— Nós recebemos um convite para participar de um estudo para usar o plasma de sangue de pacientes convalescentes para fazer infusão. Recebemos o convite e queremos participar, porque é uma estratégia interessante para pacientes graves — completa a diretora do Tacchini.