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Ir ao mercado para compra de alimentos e itens de higiene é considerado uma atividade essencial neste período de isolamento social devido à pandemia do coronavírus. Entretanto, para evitar a proliferação do vírus e o aumento de contaminados, existem algumas restrições e precauções para a pessoas que vão se dirigir a um desses estabelecimentos. Entre elas estão a higienização das mãos, antes e depois do deslocamento, a limpeza dos itens adquiridos e o respeito às distâncias entre compradores e funcionários dos mercados.
— Oriento que pacientes que tenham alguma deficiência imunitária ou idosos evitem ambientes de maior circulação. A preferência é que o adulto sadio vá ao super. Lá, ele deve respeitar as normas de entrada e a quantidade de pessoas, passar álcool gel antes de entrar e evitar contato com muitas coisas. Também manter distância de pelo menos um metro de outras pessoas e respeitar as sinalizações, para não se aproximar muito do atendente. Ao chegar em casa, a orientação é que todos os produtos sejam lavados com água e sabão. Os que forem de papel, descartados no lixo — explica a infectologista Viviane Buffon.
A escolha de legumes e frutas, ou a hora do pagamento, são momentos em que o comprador tem contato com itens do supermercado. A especialista salienta que a lavagem posterior é essencial para a prevenção e não recomenda o uso de luvas.
— Máscara apenas para aquela pessoa que está com algum sintoma respiratório. Luvas não recomendo. A escolha das frutas é normal, é apenas necessário que se lave depois, assim como na hora do pagamento. Seja com troco em papel ou moeda, ou em contato com a máquina do cartão, existe a possibilidade de transmissão do vírus.
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Os últimos dias foram também de adaptação para os funcionários receberem seus clientes. Os principais estabelecimentos de Caxias do Sul estão disponibilizando álcool gel na porta e têm higienizado cestas e carrinhos com o mesmo produto químico. Há também algumas medidas de proteção aos funcionários, como o uso de máscaras para a proteção do rosto ou uma placa na frente dos caixas, com a mesma finalidade. Além disso, também há marcações no chão para a sinalização de distâncias nas filas.
— É o primeiro dia em que eu estou saindo. Observei algumas coisas diferentes, mas acho que o pessoal ainda não está tão assustado, porque não anda muito distante. Também imaginava encontrar menos gente no mercado. Estou vendo muita gente na rua — disse a secretária Patrícia Gil de Oliveira, cliente de um dos supermercados da cidade, que saiu de casa pela primeira vez nos últimos 15 dias.
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Com a regulamentação dos supermercados abrirem para apenas 50% de capacidade, filas têm se formado na porta dos comércios. Os clientes são orientados a ficaram distantes em um metro e há sinalização no chão. Contudo, o tempo normalmente gasto para realizar as compras acaba se elevando.
— Estou esperando há 10 minutos, mas é para a saúde de todo mundo, né? Fui no banco e na farmácia e também está assim. Temos é que esperar — comentou Izolete Souza, uma das clientes que estava na fila de um supermercado.
CRESCE A PROCURA POR DELIVERY
Um mercado que cresceu durante o período de isolamento social foi o de delivery, a popular tele-entrega. Somado ao fato dos restaurantes estarem proibidos de receber clientes em seus salões, grande parte dos locais têm disponibilizado entregas de forma gratuita nos aplicativos de alimentação, tornando o pedido mais atrativo financeiramente para os clientes. Na prática, isso afeta os entregadores, que aumentaram a demanda de trabalho.
— Aumentou muito em todos os aplicativos e melhorou bastante para nós. Os restaurantes fazem uma higienização da nossa mochila e nos é disponibilizado álcool gel — Eliezer Marini, motociclista que realiza entregas de aplicativos.
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Os apps têm disponibilizado aos clientes a escolha pela entrega do produto em mãos ou sem contato físico. No entanto, Marini entende que o processo ainda não está funcionando corretamente.
— Comigo não tem dado certo, pois a maioria dos clientes pede sem contato físico, mas pega o produto na tua mão. A nossa orientação é largar o produto e a pessoa pegar.
A infectologista Viviane Buffon afirma que as caixas e sacolas que servem de recipientes para os alimentos devem ser descartados imediatamente após a entrega. E não existe risco de contaminação do alimento.
— A parte da caixa ou pacote do alimento deve ser descartada e as mãos higienizadas. Não há risco de o vírus estar na comida — afirma.