Com a reabertura de diversos setores, como a indústria e o comércio, por exemplo, proprietárias de escolinhas defendem a reabertura. A dona da Toca dos Tocos, Patrícia Ribeiro, entende que as atividades deveriam ser retomadas, especialmente, por muitos pais terem voltado a trabalhar e encontrarem dificuldade em se organizar com as crianças, sem ter com quem deixá-las durante o expediente. Patrícia também defende que cada escola infantil atende a uma quantidade pequena de alunos, o que facilitaria este retorno.
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— Os pais estão indo trabalhar e estão tendo contato com as crianças, que estão ficando com os avós. Acho que as crianças estarem na escola infantil, com os cuidados de higiene, facilita para as famílias. Entendo também que, hoje, com o pânico instaurado na população, mesmo que dissessem "abram as escolas", eu tenho certeza que metade dos pais não levaria as crianças. Então, que nós pudéssemos retornar para dar suporte para essas famílias que estão trabalhando — expõe.
No caso da Toca dos Tocos, Patrícia explica que houveram muitos cancelamentos de matrículas. E, em decorrência disso, teve que demitir uma profissional. Então, além de auxiliar os responsáveis, o retorno seria importante, segundo ela, para manter as escolas.
— Eu vejo que as famílias que querem manter a matrícula estão fazendo um esforço por ter empatia, porque tem a consciência que se essa pandemia perdurar vamos abrir nossas escolas sem alunos. E não existe escola sem aluno — defende.
Também proprietária e diretora pedagógica de escola infantil, Laina Brambatti, da Cataventura, acredita que existem prós e contras em ambas as situações, e com pesos equivalentes.
— Uma parte das famílias, por exemplo, teve que deixar as crianças com os avós porque o setor em que trabalham está em atividade. Então, é um risco gerado pela ausência de uma escola para atender. Além disso, a escola fechada também vai gerar um grande risco, porque teremos algumas perdas que vão ser difíceis de recuperar. Por outro lado, as escolas abertas vão gerar um risco para os profissionais da educação, que vão estar se expondo às crianças. E, eu acho que é bem difícil que as crianças pequenas, principalmente, consigam se manter seguras num grupo. Porque elas têm uma tendência a levar as coisas a boca, a levar a mão nos olhos, no nariz, no ouvido — avalia.
Por outro lado, Patrícia Ribeiro defende que cada instituição deve avaliar sua situação em relação aos profissionais em risco, com mais de 60 anos ou com doenças pré-existentes, e mantê-los afastados neste primeiro momento. No entanto, em relação às crianças, ela entende que medidas de higiene que já ocorrem devem ser aprimoradas, possibilitando o retorno:
— Crianças acima de três anos já têm condições de usar máscara, colocar um pouquinho e depois tirar. A limpeza dos brinquedos ser mais seguida. A própria higiene das mãos das crianças, ter álcool gel em cada sala e fazer essa limpeza de uma em uma hora... Ter um calçado para o externo. Então, quando a criança chega, faz a troca e utiliza o outro que estará dentro da mochila. As professoras também utilizando máscaras... Limpezas constantes na escola, em corrimões, maçanetas de portas, por exemplo. Lavar os narizes das crianças com soro fisiológico ou sorine. E, não deixar mais o uso coletivo de brinquedos. Quem sabe cada criança ter sua caixinha? — aponta Patrícia.
Embora o movimento de pais contrários à reabertura de escolas tenha grande adesão, há famílias preocupadas com a atual situação, caso da contadora Andrelice Monteiro, mãe de Arthur, cinco anos.
— Nós temos certeza de que o Arthur estará mais seguro indo todos os dias para a escola, onde sempre teve todos os cuidados de higiene e segurança do que da forma que estamos tendo que fazer hoje, em que ele fica na semana com três pessoas diferentes em três casas diferentes — lamenta Andrelice.
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