A união de esforços pode garantir a produção de respiradores para o Hospital Geral de Caxias do Sul. O projeto ainda está em fase de elaboração, juntamente com voluntários, empresários e a Universidade de Caxias do Sul, mas a intenção é que o primeiro teste já ocorra na semana que vem. Os equipamentos podem ser decisivos no tratamento de pacientes caso ocorra a lotação das unidades de terapia intensiva (UTIs) por conta da pandemia de coronavírus.
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Um estudo divulgado pela prefeitura de Caxias do Sul estima que 345 pacientes infectados com a covid-19 necessitem de internação na UTI no município. O número é preocupante, uma vez que, ao todo, a cidade dispõe de apenas 100 leitos deste modelo. Por isso, ações de mobilização e solidariedade se tornam essenciais no enfrentamento da doença e no salvamento de vidas.
O diretor técnico do Hospital Geral (HG), Alexandre Avino, explica que o modelo que está sendo desenvolvido por um grupo de cerca de 30 pessoas é bastante simples, se comparado aos ventiladores utilizados normalmente. Os aparelhos ficarão sob responsabilidade do HG e serão usados em casos respiratórios graves. A ideia, segundo ele, é possibilitar a construção de até 100 respiradores.
— Se houver uma explosão na pandemia e tivermos muitos casos graves, os ventiladores podem ser utilizados nos ambientes extrahospitalares, como nos hospitais de campanha ou enfermarias. Mas gostaria de deixar bem claro que os ventiladores são máquinas bastante complexas. Os equipamentos que temos hoje em dia nos possibilitam escolher uma série de modos ventilatórios, como o ar é conduzido ao paciente, como o ar sai do paciente e isso tudo vem embarcado em um processo eletrônico. A nossa máquina, ao contrário, só permite um modo ventilatório e não permite que o paciente colabore, entrando com a sua força muscular. Ele precisa estar completamente sedado. Por isso, só será usado em casos extremos em que não há uma máquina atual disponível — explica o cirurgião.
O médico afirma que a maioria dos componentes utilizados na construção dos aparelhos pode ser conseguida junto às empresas de Caxias do Sul.
— Em termos de componentes, felizmente, temos boa parte deles à disposição na região. Estamos utilizando, por exemplo, válvulas de máquina de lavar, além de conexões de diversos equipamentos — complementa Avino.
A partir da semana que vem, o grupo de voluntários já deve ter as definições sobre as peças necessárias para produzir os respiradores e o tempo de produção de cada equipamento. O primeiro teste está previsto para ocorrer até quarta-feira.
Quem quiser colaborar com o projeto e com as demais ações em combate ao coronavírus do HG pode fazer depósitos bancários na conta abaixo:
Banrisul
Agência 0824
Conta corrente 06198600-08
CNPJ 88648761/0018-43
Razão social: Fundação Universidade de Caxias do Sul