Um hospital de campanha poderá ser construído em Caxias do Sul se houver um aumento acelerado de casos de coronavírus. Em entrevista ao Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra na manhã desta segunda-feira (23), o prefeito Flavio Cassina (PTB) afirmou que alguns locais já estão sendo estudados para isso. Ele diz, no entanto, que espera não ter que tomar essa medida, o que só será feito em caso de grande aumento no número de casos.
— Será uma situação de emergência se o pico crescer vertiginosamente — afirmou.
Ouça a entrevista na íntegra:
Cassina disse que ainda não sabe como as verbas do Governo Federal e do Estado vão chegar para a ampliação do número de leitos hospitalares em preparação para receber pacientes com coronavírus em caso de necessidade. Segundo o prefeito, um diagnóstico sobre as necessidades deverá ser feito até a quarta-feira, quando uma reunião está marcada a respeito.
O prefeito também alertou para a necessidade de cumprimento das medidas de contenção da propagação do coronavírus em decreto do governo municipal. Ele comentou que muitas pessoas ainda não sabiam do decreto pelo fato de ele ter sido publicado no fim da tarde da sexta-feira, prevendo medidas a partir do sábado.
— Acredito que foi mais por falta de compreensão do próprio decreto, ou por falta de conhecimento. Muitos não estavam tendo a informação em tempo hábil, porque foi editado no final de uma tarde, já para valer a partir da meia-noite — observou.
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Por isso, Cassina acredita que as pessoas passarão a colaborar mais com as medidas, que proíbem, por exemplo, a abertura do comércio em geral ao público, ficando mantidos apenas serviços essenciais, como farmácias e supermercados. Para o prefeito, no entanto, muitos idosos ainda não compreenderam a situação, e reforçou o pedido para que fiquem em casa.
Sobre a campanha de vacinação contra a gripe, que começou nesta segunda-feira (23) nos postos, afirmou que os idosos poderão precisar do auxílio de filhos ou vizinhos para se dirigirem aos postos de saúde, já que o passe livre permanece suspenso no transporte coletivo.
O prefeito não cogita flexibilizar neste momento o decreto. No fim de semana, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, alertou para a necessidade de diminuir o rigor de decretos estaduais e municipais em função do serviço de transporte de cargas - por exemplo, pela necessidade de serviços como borracharias, mecânicas e restaurantes.
Cassina disse que, num primeiro momento, não haverá alterações ao decreto, mas se poderá estudar a flexibilização para serviços básicos, de saúde e alimentação.
— Nesse primeiro momento, tem que endurecer. Depois, podemos reavaliar — disse.