
Os primeiros trabalhos na área do complexo histórico da Maesa, em Caxias do Sul, começaram nesta quinta-feira (5) para liberar parte da estrutura ao uso da população. Trata-se da roçada e capina em um dos dois bosques internos compreendidos no espaço, que totaliza 53 mil metros quadrados e corresponde a cinco quarteirões. A área verde que recebe os serviços é a que fica mais próxima à Rua Treze de Maio, na parte leste do conjunto arquitetônico.

Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra nesta quinta, a gerente de projetos da Secretaria do Planejamento de Caxias do Sul, Rubia Frizzo, não deu uma data ou período previsto para a liberação das áreas abertas.
— Assim que nós tivermos essa liberação de segurança para transitar, vai ser liberado. Não posso precisar uma data porque os técnicos que estiveram lá, fazendo a avaliação, não souberam dizer exatamente em quanto tempo, porque há grama no meio dos paralelepípedos, mato que tomou conta, enfim. Mas eu diria assim: vai ser rápido — comenta.
Leia mais
Presidente do Compach de Caxias não vê risco de perda da posse da Maesa, mas teme pela deterioração do prédio
Leilão de maquinário pode liberar Maesa neste semestre
Segundo Rubia, os bosques deverão ser as primeiras áreas a serem liberadas ao acesso da população, enquanto estarão em andamento os projetos e obras nos diferentes pavilhões, de acordo com o uso que será definido para cada um.
Ela explicou que, além da capina e roçada na área verde, outra questão a ser resolvida para liberar a parte leste do complexo é a presença de máquinas da empresa de fundição que operava no local até 2019. A destinação dos equipamentos aguarda leilão, que, conforme a gerente, ainda não foi realizado porque os valores ainda estão sendo discutidos. Rubia explica também que está sendo formulado um convênio com a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), que ficará encarregada da limpeza, inclusive da fuligem resultante da atividade industrial.
A prefeitura vai lançar uma licitação para o zoneamento do complexo. Segundo Rubia, isso servirá para indicar em que locais poderão ser implantados os itens. A parte oeste, próxima à rua Pedro Tomasi, por exemplo, poderá receber um espaço de memória, como o museu da metalurgia, por se tratar da parte mais antiga do conjunto. O mercado público, que precisa de um prédio mais alto e de uma atenção maior com relação a possíveis substâncias nocivas presentes no ambiente, poderá ficar voltado para a Rua Dom José Barea. As licitações para as obras serão feitas de forma separada para cada um desses espaços. O mapeamento de riscos estruturais também poderá ser feito de forma individualizada.
Leia mais
Ex-secretária de Cultura de Caxias do Sul retoma a partir desta segunda plano para ocupar a Maesa
Se tudo der certo, Maesa será ocupada até 2028
Entre os órgãos públicos do município que serão transferidos ao complexo histórico confirmados por Rubia, estão as secretarias de Meio Ambiente e de Segurança Pública. Licitações serão abertas para as transferências das pastas, que atualmente pagam aluguel. Desde 2017, o Departamento de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (Dipahc) funciona em um ponto da Maesa, voltado para a rua Plácido de Castro; junto a ele, há uma sala da Guarda Municipal.

Segundo Rubia, os recursos para as diferentes intervenções poderão ser obtidos por programas de fomento e leis de incentivo, em que empresas participantes podem ter redução de impostos em troca de investimento. O cronograma para a ocupação da Maesa vai até o fim de 2029.