A falta de água que afeta a população de Gramado tem provocado críticas e reclamações tanto a Corsan, que detém a concessão do abastecimento, quanto ao município, por parte da comunidade. Os problemas no fornecimento voltaram a ser alvo de reclamação na última segunda-feira (30), depois de um final de semana marcado pela falta de água na cidade.
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A situação motivou o prefeito João Alfredo de Castilhos Bertolucci, Fedoca, (PDT) a notificar a Corsan. A notificação foi entregue à instituição nesta segunda-feira (30). Ele também admite a possibilidade de adotar medidas judiciais para resolver o assunto. O prefeito se reuniu com lideranças comunitárias, moradores dos bairros de Gramado e com o diretor de Operações da Corsan, André Finamor.
No encontro, ele leu a correspondência endereçada ao presidente da Corsan, Roberto Barbutti:
— Estamos vivendo uma situação catastrófica sob dois olhares: o da população e o do turista, ambos privados - sem qualquer culpa - dessa verdadeira fonte de vida.
O comunicado aponta ainda que os gramadenses e turistas estão vivendo como indigentes nos últimos dias:
— Este cenário, além de diminuir a importância da cidadania, mancha de forma indelével a imagem de Gramado no Brasil e no mundo.
No encerramento da notificação, Fedoca destaca que se a Corsan não tomar medidas urgentes e com eficácia comprovada, o município irá tomar as medidas administrativas e judiciais cabíveis.
Contraponto
O diretor da Corsan conversou com os moradores e assumiu o compromisso de apresentar um plano de trabalho no início do ano. Ele admite que a responsabilidade pela deficiência no serviço é da companhia.
Ainda por meio da assessoria de imprensa, a Corsan explica que o alto consumo devido aos milhares de turistas na cidade pode causar queda de pressão e interrupções no serviço. Ainda segundo a companhia, as condições de operação não sofreram alterações e há reforço no abastecimento com caminhões-pipa provenientes de Três Coroas. A Corsan afirmou ainda que está direcionando o abastecimento das zonas mais afastadas no período da noite.
CRÍTICAS
Os moradores reclamam que a situação é complicada, porque não chegam a ter água na torneira por mais de duas horas. Historicamente, um dos bairros mais prejudicados é o Várzea Grande - próximo do pórtico de entrada de Gramado. São cerca de 12 mil moradores, o que corresponde a pouco mais de um terço dos 35,8 mil habitantes do município. Indignados com a situação, os moradores organizaram um protesto no último sábado (28) próximo ao pórtico do bairro. Cerca de dez pessoas participaram do ato no pórtico do bairro, segundo o organizador Ricardo Veras, 50 anos. Demais moradores contataram a reportagem para reclamar do problema, que segundo a comunidade é recorrente, neste período do ano, devido ao número de turistas que chegam a cidade.
NOTIFICAÇÃO
A correspondência do prefeito endereçada à Corsan está disponível no link: https://www.gramado.rs.gov.br/storage/attachments/uLrJID72op1Kwi3FYv6kDLGkq1HElD9pJqwCV72d.pdf