O idoso que estava desaparecido desde a última segunda-feira em Caxias do Sul foi localizado no começo da tarde desta quarta. José Orlandi Vargas, 80 anos, estava em uma área de mata atrás do bloco 46 da Universidade de Caxias (UCS).
Fernanda Vargas Tranzansin, 52, contou que a família se preparava para mais uma saída de buscas, quando, por volta das 13h, a mulher de Vargas, Maria Teresa Canali Vargas, 73, recebeu uma ligação do setor de vigilância da UCS no celular avisando que um homem tinha sido encontrado no campus.
Ao chegar ao local, um segurança que presta serviço para universidade entrou com os parentes na mata e emitia sons com um apito enquanto enquanto os familiares chamavam Vargas pelo nome. Ao se aproximarem do local onde ele estava, Fernanda conta que ouviram um gemido. Em seguida acharam Vargas deitado no chão. Ele estava cerca de 100 metros para dentro da mata afastado da via que circunda o prédio. Aparentemente estava bem, mas debilitado, com machucado na boca. Foi levado para atendimento médico no Hospital Pompéia, onde passou por exames de Raio X e tomografia.
Mesmo agradecidos pelo desfecho feliz, alguns pontos da história ainda intrigam a família. Um deles é quem foi a pessoa que ligou para a segurança da UCS avisando sobre a localização do idoso e como essa pessoa o viu se ele estava embrenhado na mata. Outro fato que causou estranheza é que ele segurava a carteira firmemente na mão quando foi encontrado. A bengala que ele usava estava com ele, mas sem o papel com a identificação e número do telefone da esposa. Mas a maior dúvida é se ele, de fato, passou as duas últimas noites naquele lugar sem água, comida e qualquer abrigo que o tivesse protegido do frio que fez na cidade.
Sobre a possibilidade de ter se perdido, a família comenta que ele tinha lapsos de memória, mas era acostumado a pegar o ônibus na Rua Luís Michelon, em frente à escola Helen Keller, no bairro Cruzeiro, e seguir até a Estação de Integração Imigrante, no bairro Lourdes. De onde embarcava em outro coletivo para seguir até o Centro. Na segunda, ele saiu de casa, no Cruzeiro, por volta das 14h, para ir até uma farmácia na área central, mas não retornou, o que motivou uma mobilização em busca do aposentado.
Os filhos contam que, na terça, procuraram pelo pai naquela área de mata da UCS, inclusive, com apoio dos bombeiros e de cães farejadores, Nada foi encontrado, o que reforça a suspeita de que ele pode ter sido deixado ali na manhã de quarta-feira.
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