Os dados de assaltos no transporte coletivo em Caxias do Sul nos seis primeiros meses do ano apresentaram uma redução de 28,72% em relação a 2018. De acordo com a Visate, foram registrados 67 assaltos a coletivos em 2019 contra 94 crimes desse tipo no mesmo período do ano passado.
Apesar da redução, os crimes dessa modalidade seguem aumentando desde o mês de abril, quando foram registrados três roubos. Em maio, foram 15 casos e, no mês de junho, foram 18 assaltos, o balanço mais alto do semestre. Porém, do total de assaltos até o momento neste ano, apenas dois foram solucionados.
Na maioria das vezes, em 32 assaltos (o correspondente a 47% das abordagens criminosas), os assaltantes utilizaram armas brancas, como facas, para cometer o roubo. Em 29 casos (43%), os a assaltantes fizeram menção de estarem armados ou utilizaram outros tipos de ameaças. Em seis oportunidades (8,95%), utilizaram revólveres ou pistolas. A maior parte dos assaltos - 31 ocorrências - ocorreu durante o período entre as 21h e 23h.
De acordo com o supervisor de segurança da Visate, Renato Cordeiro, existe uma preocupação constante com ônibus que trafegam pelo bairro de Lourdes, onde foi registrado o mais elevado número de abordagens. Ao todo, foram 11 no primeiro semestre, seguido do bairro Jardelino Ramos, no qual foram registrados oito roubos ao longo dos primeiros seis meses de 2019.
— Essa região é uma das mais visadas pelos criminosos porque tem um índice muito elevado de circulação de passageiros, uma vez que são ônibus troncais que vêm da BR-116 e seguem pela Júlio, ingressam pela 13 de maio e, em seguida, na primeira esquina com a Pinheiro Machado — destaca Cordeiro.
Outra preocupação é a incidência de roubos de linhas que trafegam pela região Norte da cidade, passando por bairros como Santa Fé, Belo Horizonte e Parque Oásis, nos quais foram contabilizados 20 assaltos no período. Para tentar reduzir esse índice, desde o final do ano passado, o registro dessas ocorrências passou da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) para o 3º Distrito Policial.
— Foi modificado porque não tem como concentrar em um órgão a quantidade de crimes da cidade inteira. Então, esses casos foram passados para o 3º Distrito. A redução (dos assaltos) é resultado do trabalho conjunto de investigação da Polícia Civil com o policiamento ostensivo da Brigada Militar — destaca o titular do 3º Distrito, delegado Luciano Pereira.
Cobradora imobilizou criminoso durante tentativa de assalto
Em uma tentativa de assalto a um ônibus que atende a região do bairro Vila Ipê, no mês passado, uma operadora impediu o crime e imobilizou o assaltante. O supervisor de segurança da Visate relata que ela perdeu a paciência diante dos repetidos assaltos em um único fim de semana e imobilizou o assaltante, que não estava armado.
— Esse rapaz fez quatro ou cinco assaltos, sempre ameaçando estar armado, em um final de semana. Na última vez, ela disse que não, segurou o ladrão pelas mãos e os próprios passageiros ajudaram a imobilizá-lo — conta Renato Cordeiro.
Apesar da atitude corajosa, ele afirma que a empresa não estimula reação por parte dos funcionários nesses casos, e a empresa advertiu a cobradora.
Bairros mais assaltados
Lourdes – 11
Santa Fé - 10
Jardelino Ramos – 8
Centro – 5
Belo Horizonte, Sagrada Família - 3
Fonte: Visate
Comparativo anual
2014: 84 casos
2015: 183 casos
2016: 200 casos
2017: 306 casos
2018: 160 casos
2019: 67 casos (até junho)
Fonte: Visate
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