Quatro funcionários da Farmácia do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (Ipam) em Caxias do Sul se inscreveram no Programa de Desligamento Voluntário (PDV) lançado pela prefeitura. O processo, aberto no dia 14 de dezembro do ano passado, iniciou o período de demissão dos profissionais nesta segunda-feira (11). O poder público pretende reduzir o número de trabalhadores na unidade para diminuir os custos com folha de pagamento. Segundo a direção da Farmácia, existe uma defasagem entre a folha e o valor arrecadado somente com a venda de medicamentos. Nesta segunda, foram demitidos dois atendentes. Os outros dois devem ser dispensados ao longo da semana.
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Os empregados vão receber uma indenização de metade e usufruir do plano de saúde oferecido pelo Ipam nos próximos seis meses. Atualmente, com as demissões, são cerca de 60 funcionários da farmácia - além dos três menores aprendizes e um estagiário. A direção do Ipam alega que os fechamentos das cinco farmácias do Ipam nos últimos anos em Caxias do Sul incharam a folha de pagamento devido ao remanejamento de funcionários para a unidade localizada na esquina da Pinheiro Machado com a Marechal Floriano. O número considerado alto para atender a demanda interfere no custo dos medicamentos e aumenta o volume de despesas.
Segundo a diretora-executiva da Farmácia do Ipam, Claudete Kremer Sott, apesar dos dados referentes às contas de 2018 apresentarem índice positivo de R$ 358 mil, esse valor abrange recursos repassados pelo banco Santander para a aquisição da folha de pagamento na ordem de cerca de R$ 100 mil dos profissionais da farmácia em setembro do ano passado. A partir desse período, o banco assumiu a responsabilidade pela folha dos servidores públicos municipais.
Além disso, de acordo com ela, existem outros encargos que estão pesando na conta. Se fossem considerados somente os dados com venda de medicamentos, o balanço seria negativo.
— Se tirássemos os o valor das aplicações mais a venda da folha, o que é um resultado real sobre as vendas e despesas, a farmácia teria ficado negativo em R$ 225 mil - destaca.
O presidente do Ipam, André Wiethaus, apesar de avaliar como positivo o processo de desligamento, destaca que ainda é insuficiente para contemplar a necessidade de redução de custos. Ele não descarta que podem acontecer novos processos de desligamento de funcionários ao longo do ano.
— Nós temos a convicção de que o ideal seria um número ainda maior de funcionários aderirem ao programa. Queremos ajustar a farmácia à realidade local – aponta Wiethaus.
O Programa de Desligamento Voluntário é alvo de críticas de representantes do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv) no Conselho Gestor da Farmácia do Ipam. Conforme o representante do sindicato no Conselho, Rui Miguel Borges da Silva, o lançamento do programa é uma tentativa de sucatear a farmácia e terceirizar a estrutura de atendimento.
— É uma tentativa de enfraquecer o instituto. A nossa posição continua sendo a mesma, e a gente é contrário ao PDV. Desde que essa gestão assumiu, eles vêm tentando reduzir a farmácia para terceirizar a estrutura – aponta.
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