Entrou em vigor nesta quinta-feira (10) a legislação que permite o acesso de animais de estimação para visita de pacientes em hospitais públicos de Caxias do Sul. Segundo a nova lei, os animais devem estar com a vacinação em dia e higienizados. Também é obrigatório que o responsável apresente laudo veterinário atestando a boa condição do animal. Além disso, a visita deve ser agendada e respeitar as regras impostas pelo hospital. Entre os requisitos impostos está a autorização da comissão de infectologia do hospital e transporte do animal dentro de uma caixa específica, além da utilização de guias, coleiras ou focinheiras, quando necessário.
Leia mais:
Pacientes do Hospital Geral de Caxias receberão a visita de animais disponíveis para adoção
O Hospital Pompéia, uma das referências para o atendimento no SUS em 34 municípios da Serra, definiu os parâmetros para a visita de animais em reunião da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) na manhã desta quinta-feira. No entanto, o diretor do hospital Pompéia, Francisco Ferrer, vê com ressalvas a aplicação da lei. O acesso do animal ao ambiente hospitalar, de acordo com ele, deve ser feito a partir de restrições bem específicas, por conta do risco de contaminação por infecção e de doenças. Ele afirma que a unidade de saúde vai destinar uma área específica para que a visita seja realizada.
— Tem que ser feito com restrições, temos que obedecer a um regramento. Levar o animal para os leitos é uma exceção, não pode ser a regra. Temos que lidar com os riscos — diz Ferrer.
A lei que prevê a visita dos pets a pacientes é similar a uma ideia posta em prática pelo Hospital Geral (HG) desde abril do ano passado. O projeto chamado de Visita dos Amigos Pets garante que, com os cuidados adequados, pacientes possam receber a visita dos seus companheiros de estimação.
— Trabalhamos essa ideia durante muito tempo, com o objetivo de evitar qualquer tipo de risco e trabalhando em conjunto com a infectologista. Exigimos carteirinha de vacinação, atestado de veterinário e que o bichinho tome banho pelo menos um dia antes de vir ao hospital — explica Gicela Bortoluz, gerente operacional do Hospital Geral.
Gisela salienta que os efeitos positivos nos pacientes são notáveis, principalmente naqueles que permanecem internados durante muito tempo ou que são submetidos a sofrimentos muito intensos por conta de doenças terminais.
— Quem tem animal, sabe mais do que ninguém o quanto é importante estar em companhia deles, nem que seja por pouco tempo. A hora da visita é especial, não só para o paciente, mas para toda a equipe médica. Após a visita, percebemos a diferença no comportamento do paciente. São projetos como esse que acabam reduzindo a dor em função de doenças — salienta Gicela.
A lei foi publicada no Diário Oficial do município com a promulgação do presidente da Câmara de Vereadores, Flávio Cassina, após o prefeito não se manifestar sobre o assunto. A proposta é de autoria do então vereador Kiko Girardi (PSD). Projetos semelhantes foram implementados em hospitais como Albert Einstein, em São Paulo, Hospital das Clínicas, em Porto Alegre, e Santa Casa de Curitiba.