Os debates em torno da ocupação do Parque do Palácio, em Canela, que se arrastam desde o início do ano, devem ganhar um novo desdobramento a partir desta terça-feira (11) com a apresentação de um novo projeto. A proposta foi elaborada pela Associação Amigos do Parque do Palácio, após o prefeito, Constantino Orsolin (PMDB), determinar um período de três meses para a criação de uma solução alternativa à concessão da área, que era defendida pelo município. Os detalhes do novo projeto serão apresentados às 19h30min na Câmara de Vereadores.
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De acordo com Sônia Guimarães, integrante da associação, 10 pessoas, incluindo arquitetos e antropólogos, trabalharam no projeto, que ela define como inovador.
— Vamos ter um parque ecológico, com atrações, mas com função social, oferecendo cursos de capacitação. O resultado final do projeto é que o parque vai se transformar num grande centro de eventos. Muita coisa vai acontecer ali, sejam atividades esportivas ou culturais. O parque terá gestão compartilhada, envolvendo prefeitura, empresas apoiadoras e a Associação Amigos do Parque do Palácio — explica Sônia.
Embora não adiante os detalhes, a integrante da associação afirma que não há previsão de centro de convenções na nova proposta.
— Tem que ser em outro lugar, com estacionamento. É uma área grande, que se fosse ocorrer dentro do parque iria simplesmente acabar com ele — sentencia.
Relembre o caso
A polêmica teve início após a prefeitura realizar, em fevereiro, uma licitação para conceder a área, que fica no entorno do Solar das Hortênsias, residência de verão do governo do Estado. A proposta era que empresa vencedora construísse e administrasse um centro de convenções no espaço, em troca da manutenção do parque para uso público. A implantação do centro de convenções foi uma condição do governo do Estado para repassar a área ao município em 2010.
A associação, no entanto, foi contrária à concessão por entender que a exploração privada geraria riscos à preservação do espaço, que conta com araucárias e vegetação típica dos Campos de Cima da Serra. Em agosto, um abaixo-assinado e uma campanha chegaram a ser realizadas para impedir a medida. Diante da repercussão, a votação do projeto de lei que autorizava a concessão foi adiado de 9 de julho para 13 de agosto. Três dias antes da sessão que analisaria o texto, porém, o município retirou a proposta, e a prefeitura deu prazo de três dias para que a comunidade apresentasse um novo projeto de ocupação.