A chegada das baixas temperaturas, tão esperadas por uns e indesejadas por outros, aliada à umidade do ar propicia as condições necessárias para a formação da neblina. Mas, o fenômeno que faz parte das paisagens serranas e encanta em belas fotos e imagens, também traz preocupação: está aberta a temporada de alerta nas rodovias da Serra.
Quase simultaneamente, na manhã desta quarta-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atendeu a três acidentes na BR-285. Todos os casos foram comunicados por volta das 7h. Felizmente, não houve vítimas graves. Em uma das ocorrências um homem ficou ferido após uma colisão entre uma van e um bitrem. O motorista da van, Daniel Pessoa, 39 anos, teve fratura em um braço e passou por cirurgia.
Segundo a PRF, três fatores contribuíram para que os acidentes ocorressem: óleo na pista, pista molhada e neblina. Com isso, o pedido é de atenção.
– Como nosso trecho é predominantemente Serra, as condições climáticas dificultam a visibilidade o que requer maior atenção por parte dos condutores – ponderou o chefe da 5ª Delegacia da PRF, Marco Aurélio Baierle.
A formação de nevoeiros passou a ser mais frequente agora que o outono engrenou. É nesta época do ano que o fenômeno costuma ser mais recorrente, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em função da diferença de temperatura entre a noite e o dia. Segundo o meteorologista Rogério Rezende, com a falta de sol, a terra deixa de ser aquecida à noite e ocorre a perda de calor gradativa para a atmosfera. Ao amanhecer, com a volta do sol, acontece o inverso, o aquecimento na terra de cima para baixo.
– Esse contato do ar frio que está junto ao solo, na madrugada, com o ar mais quente que vem de cima, condensa as partículas de vapor d'água e forma a neblina. No outono, isso é muito mais acentuado. Temos manhãs muito frias e rapidamente aquece. Esta inversão de temperatura muito rápida favorece a condensação de vapor d'água – explica Rezende.
O tempo de duração e a densidade do fenômeno depende da quantidade de umidade no ar. Isso não tem relação direta com a formação de nuvens de chuva. As nuances do relevo interferem na dissipação do nevoeiro. No caso da serra, uma região montanhosa, a troca ou deslocamento de calor e a evaporação é muito mais lenta do que em uma região plana, por exemplo.