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Os dias quentes de verão reacendem o sinal de alerta para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. Entre janeiro e maio do ano passado, por exemplo, agentes de endemias da Vigilância Ambiental encontraram 15 focos do inseto, concentrados, principalmente na zona norte da cidade: nos bairros Cânyon (11), Tijuca (2), Nossa Senhora da Saúde (1) e Santa Fé (1). Atualmente, 54 agentes fazem o monitoramento constante, visitando terrenos, casas, comércios e área industrial. Quinzenalmente, são visitados pontos estratégicos, como cemitérios, ferros-velhos, floriculturas e lavagem de carros, onde há maior possibilidade de acúmulo de água parada.
— O calor acelera o ciclo biológico do mosquito, enquanto o frio desacelera — explica o médico veterinário Rogério Poletto, coordenador da Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde de Caxias do Sul.
Além dos pontos que costumeiramente acumulam água, como garrafas e pneus velhos, no verão o uso de piscinas plásticas também necessita de cuidados extras, conforme o veterinário.
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— As piscinas acumulam a mesma água por muitos dias, sem a manutenção adequada. O ideal, por exemplo, é escovar e trocar a água uma vez por semana — aconselha.
O coordenador da Vigilância Ambiental ressalta também que, no ano passado, os agentes que realizam o trabalho de fiscalização nas ruas observaram um novo tipo de criadouro do mosquito: reservatórios de água da chuva.
— Teve um aumento considerável da coleta de larvas em caixas d'água e tonéis usados para armazenar água da chuva. É bom que os moradores mantenham esses reservatórios bem fechados ou telados, porque essas caixas ficam no nível do solo e é geralmente onde os mosquitos também circulam. É uma questão ambiental positiva, mas tem de ter o cuidado devido — reforça Poletto.
Em 2017, segundo a Secretaria da Saúde, foram monitorados quatro moradores de Caxias do Sul com febre chikungunya e uma pessoa com dengue. Todos os pacientes foram infectados pela doença fora do município. Não houve registros de zika vírus. Já em 2016, foram seis casos de dengue, dois de chikungunya e um caso de zika vírus.
As equipes da Vigilância devem voltar a intensificar também neste mês as visitas ao bairro Cânyon, onde houve a maior incidência de mosquitos no ano passado.
— Para controlar a situação naquela época, estivemos em 100% dos terrenos e imóveis, fizemos bota-fora de lixo, trabalhamos muito com a UBS Vila Ipê e mobilizamos agentes de saúde e líderes comunitários para orientar a população. O trabalho não pode parar. Agora está tudo sob controle, mas basta acharmos um foco para a situação mudar — destaca Poletto.
COMO COMBATER O AEDES AEGYPTI
:: Não deixe água acumulada. Vire todas as garrafas com a boca para baixo, evitando o acúmulo de líquido dentro delas. Feche bem o saco de lixo e deixe-o fora do alcance de animais.
:: Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas. Mantenha a caixa d'água bem fechada.
:: Coloque no lixo todo objeto não utilizado que possa acumular água. Mantenha bem tampados tonéis e barris d'água com telas milimétricas.
:: Troque a água dos vasos de plantas aquáticas e lave-os com escova, água e sabão uma vez.
:: Encha de areia até a borda os pratos das plantas ou lave-os semanalmente com escova.
:: Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Lave semanalmente por dentro com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água.
:: Lave por dentro com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa.
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