A prefeitura de Caxias encaminhou ao Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), nesta quarta-feira, a formalização da contraproposta do município que visa encerrar a greve da categoria médica que se arrasta há quatro meses. Os termos serão novamente remetidos à apreciação dos profissionais em reunião convocada pelo sindicato na próxima segunda-feira.
Leia mais:
Empresa que receberá currículos para vagas da Upa Zona Norte, em Caxias, ainda não foi escolhida
Greve dos médicos de Caxias passa dos 120 dias e profissionais não preveem o fim
Quanto à proposta, nenhuma novidade. O principal item é a promessa de elaboração de estudo de impacto com a hipótese de incorporação da parcela autônoma especial ao salário dos médicos. Isso, no entanto, só iniciaria após o fim total da paralisação.
– O governo já demonstra disposição de diálogo e acho que isso é um avanço importante. Para conseguirmos evoluir ainda mais nas negociações, no entanto, é preciso que os profissionais paralisados retornem ao trabalho – sugere a presidente do Sindiserv, Silvana Piroli.
O ofício contendo as propostas foi encaminhado para todas as 47 unidades básicas de saúde (UBSs) juntamente com a convocação para o encontro da próxima segunda. Apesar de reconhecer a greve como instrumento legítimo, Silvana também questiona o efeito para os profissionais que não aderiram e também à população:
– A greve é um instrumento legítimo, mas ela precisa estar acompanhada da busca por alternativas. Além do atendimento da população estar comprometido, os próprios médicos que continuam a atuar normalmente acabam ficando sobrecarregados, ou seja, neste momento não está dando resultado nem para os trabalhadores.
A presidente informa que, na reunião desta quarta-feira, o Executivo também se mostrou disposto a avaliar outras reivindicações dos médicos, como a implantação do plano de carreira, melhorias das condições de trabalho, utilização de protocolos de Atenção Básica, nomeação de novos servidores.
Sobre a solicitação pela compensação de faltas injustificadas, o documento encaminhado pelo município reitera não reconhecer o estado de greve, uma vez que o Sindiserv não teria declarado o estado de paralisação em nenhum momento.
Portanto, a prefeitura informa que pretende manter as ausências como faltas injustificadas, embora, no momento, a questão dependa de julgamento do poder judiciário.