
Passageiros da Linha Troncal do transporte coletivo de Caxias do Sul tem sofrido com a superlotação dos ônibus. É o que constatou a reportagem da Gaúcha Serra, que esteve nas estações Floresta e Imigrante na última semana para ouvir os usuários. As informações são da Gaúcha Serra.
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Os cerca de 10 passageiros entrevistados relataram lotação no transporte, principalmente nos horários de pico. Mônica Cavagnoli, moradora do bairro Bela Vista, diz que quando precisa se deslocar até o centro, precisa fazer o percurso em pé.
– Os ônibus estão sempre lotados. Bem cheios mesmo em vários horários. Cada vez que a gente vem pro centro vai em pé e volta em pé – conta.
– Geralmente são os ônibus que passam entre às 18h e às 18h30min os mais lotados, porque é o horário em que as pessoas estão saindo de seu trabalhos –afirma uma moradora do Serrano, que não quis se identificar.
Outra moradora do bairro diz que por mais que passem diversos ônibus da linha TR1 pelas ruas centrais, todos estão sempre lotados.
– Está sempre cheio, mesmo que venha um ônibus atrás do outro está sempre entupido de gente – destaca.
O QUE DIZ A VISATE
A empresa credita o problema ao atraso que a Linha Troncal vem sofrendo desde o dia 7 de janeiro, quando foram liberados os corredores secundários e as conversões à direita nas ruas Sinimbu e Pinheiro Machado. Segundo um estudo realizado pela concessionária, a velocidade operacional caiu entre 10% e 12,5% dependendo do horário. A diferença representa um aumento médio de dois a três minutos no deslocamento entre as estações Floresta e Imigrante.
De acordo com a Visate, o atraso resulta no descumprimento de 16 horários ("voltas") por dia na linha e, consequentemente, em superlotação. A empresa também protocolou um pedido na Secretaria de Trânsito para que haja exclusividade no corredor secundário das 17h às 19h30min de segunda a sexta. O documento também pede a proibição da conversão na Sinimbu com a Garibaldi e na Pinheiro Machado com a Coronel Flores.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE TRÂNSITO
Segundo o Secretário, Cristiano de Abreu Soares, os atrasos de dois a três minutos e a queda de 10% a 12,5% na velocidade operacional já eram esperados com as mudanças e foram confirmados por levantamentos da própria pasta. Conforme ele, a queda no rendimento do transporte coletivo é pequena e tem pouco impacto. Em contrapartida houve ganho significativo em outros modais, como os carros, táxis e vans escolares.
O secretário questiona, porém, o não cumprimento dos 16 horários e diz que o problema é responsabilidade da empresa, que precisa reforçar a linha adequadamente. De acordo com Soares, a secretaria está montando um plano para reforçar a fiscalização do sistema.
O secretário diz não ter recebido o pedido da Visate para proibir as duas conversões e criar horário exclusivo na faixa secundária, mas descarta totalmente a hipótese. Segundo ele, a acidentalidade nos cruzamentos da Sinimbu e da Pinheiro Machado caiu 47% nos primeiros quatro meses do ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
Outros levantamentos serão realizados por uma comissão permanente formada por técnicos da secretaria e montada por exigência do Ministério Público. A pasta tem até julho para apresentar os primeiros resultados.