Hospitalizado desde o último domingo, 19 de março, o frei Jaime Bettega, 56 anos, teve de adiar sua viagem de estudos para a Itália. Ele embarcaria nesta semana, mas só deve ir no dia 10 de abril. O religioso terminará a sua pesquisa de doutorado em Roma e fará um pós-doutorado na Pontifícia Universidade de Estudos São Tomás de Aquino, também conhecida como Angelicum.
Bettega contraiu uma meningoencefalite após receber vacina contra a febre amarela. Os médicos do Hospital Unimed, em Caxias do Sul, afirmaram ao frei que o organismo dele não teria aceitado a imunização. O diagnóstico final, porém, ainda não foi divulgado. Ele teve de ser internado porque sentia fortes dores de cabeça e tontura.
– Deu quebra nas plaquetas e inflamação na meninge. Infeccionou ao redor do cérebro. É dolorido e exige repouso, pois é preciso eliminar os corpos estranhos que provocaram a infecção. Está tudo sob controle – relatou.
A médica Lessandra Michelin, que acompanha o tratamento do frei, acredita que a alta pode ocorrer nos próximos dias:
– Uma das hipóteses mais prováveis é que o vírus da vacina da febre amarela tenha desencadeado (a enfermidade).
Formado em Filosofia, Teologia e Administração de Empresas, frei Jaime Bettega é professor de Ética Organizacional na Universidade de Caxias do Sul, coordenador da Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados (Lefan) e fundador do Projeto Mão Amiga, que auxilia crianças carentes. Além disso, é colunista do jornal Pioneiro.
Ele estuda a espiritualidade nas organizações e a sua tese de doutorado compara como empresas italianas e caxienses lidam com a compaixão internamente. O religioso vai para a Europa concluir parte da pesquisa e retorna em setembro, para a banca de defesa. Depois, volta à Itália para o pós-doutorado, que se encerra em fevereiro de 2018.
– Quero estar lá na Páscoa, para ver de perto como o Papa a celebra. Espero que tudo corra bem para que eu possa ir – disse o frei.