
O gosto pelas tradições gaúchas começa na infância, incentivado pelos pais. Não é por acaso, portanto, que as crianças são sempre as primeiras a desfilar sobre cavalos na cancha do Acampamento Farroupilha, em Caxias do Sul. Ontem, foram os guris e as gurias que abriram as provas campeiras.
Na cancha, Valentina De Carli Boff tentava acostumar a égua Bela para a disputa das provas de baliza e de três tambores. Ontem à tarde, foi o primeiro teste de Valentina e da égua, neste ano, sob o olhar do público. A menina tem apenas nove anos, mas o manejo com os cavalos começou bem cedo, aos cinco, sempre supervisionada pelo pai, o veterinário Cassiano Ricardo Boff:
– Sempre tive cavalos e ela nasceu no meio. Logo, foi incentivada para montar.
Não foi só o gosto pelos animais que despertou o apreço de Valentina pelo tradicionalismo. Há três anos, ela visitou a Expointer, em Esteio, e se encantou ao ver outras meninas competindo no lombo de cavalos. A partir daí, nasceu uma paixão, principalmente pelas provas de três tambores, que consistem em contornar os obstáculos no menor espaço de tempo.
– Baliza tem que fazer muito ziguezague. Eu não gosto muito – explica Valentina.
O gosto pela velocidade em cima do cavalo

Outro competidor, Pedro Lucca Brandalise, 14, já é experiente nas provas. As primeiras montarias foram em Campestre da Serra, na fazenda de um tio. Ele começou a cavalgar há três anos e se identificou com as provas de três tambores.
– Eu gosto mais de velocidade, da adrenalina que nós sentimos nessa prova – relata Pedro.
Na roda de amigos, o guri de Flores da Cunha ainda lida com comentários: alguns amigos acham que competir em rodeios é coisa de criança, outros entendem e o apoiam.
Ao menos, para essa geração, o futuro das tradições gaúchas está garantido.