O Centro Educativo Esperança, no loteamento Montes Claros, foi fechado na última sexta-feira para passar por reformas. Desde então, a preocupação de voluntários, pais e lideranças de comunidades próximas é encontrar uma solução para que as cerca de 50 crianças atendidas pela instituição não fiquem sem atividades no turno contrário à escola.
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Conforme o presidente do bairro Consolação, José de Jesus Freitas Abreu, crianças de comunidades muito carentes frequentavam o espaço. Agora, a tentativa dos moradores é conciliar outras atividades desenvolvidas no centro comunitário para ceder um local para as crianças.
- Estamos muito preocupado. Temos problemas muito sérios aqui nessa área, e as crianças correm mais risco de ter contato com as drogas, já que não há uma área de lazer onde possam brincar em segurança. Ali, eles participavam de atividades culturais, capoeira, instrução e conhecimento - explica Abreu, que está providenciando um abaixo-assinado para solicitar que o atendimento às crianças não seja interrompido.
Estelamaris Susin, que trabalhava fazendo algodão doce nas atividades festivas da entidade, acredita que se as crianças ficarem sem atividades, um trabalho de anos pode ser perdido.
- Sou voluntária e estou desesperada, porque aquele bairro é muito violento. O local realmente precisava de reformas, mas acho que poderia ter sido feito em etapas, para não deixar essas crianças desassistidas - pondera.
O local ainda precisa passar por avaliação, mas não há previsão de quanto tempo permanecerá fechado. Segundo a presidente da Fundação de Assitência Social (FAS), Marlês Sebber Andreazza, todos os prédios de responsabilidade da FAS estão passando por vistoria e muitos precisam de adequação.
- Vamos avaliar o que precisa ser feito. O pátio alagava quando chovia e havia outros problemas estruturais. Não adianta fazer de conta, precisa arrumar tudo, PPCI (plano de prevenção e combate a incêndios), troca de assoalho, porque é um espaço que não favorece a segurança das crianças - justifica Marlês.
Ela garante, no entanto, que as crianças serão recebidas em outras instituições:
- Todas as crianças foram atendidas. Quarenta e seis serão encaminhadas para a Casa do Adolescente, que fica próxima ao Centro Esperança, e outras sete crianças foram encaminhadas para o SOS Vida, no bairro Sagrada Família.
"Era a única coisa boa que tínhamos no bairro"
A manicure Cintia da Silva Vieira, 29 anos, diz não ter conseguido atendimento para os filhos mais velhos na Casa do Adolescente, conforme indicou a presidente da FAS. Além disso, lá, a oferta de atividades seria de apenas dois dias na semana.
- Eu faço atendimento em domicílio. Para poder trabalhar, tenho de deixar eles sozinhos em casa. Aqui é perigoso, as crianças ficam à mercê de tudo. O centro era a única coisa boa que tínhamos no bairro - desabafa a mãe.
Cintia lamenta que o espaço tenha sido fechado. No Centro Esperança, os filhos Pablo, oito, Emanuelly, seis e Emilly, 10, tinham aulas de dança e capoeira, além de reforço escolar.
- As crianças estão muito sentidas. O Pablo acha que eles podem derrubar a casinha (como o espaço é chamado pelas crianças), e ele diz que não quer nem ver quando isso acontecer - conta.
Educação
FAS fecha Centro Educativo Esperança no loteamento Montes Claros, em Caxias
Espaço foi fechado para passar por reformas, sem previsão para voltar a funcionar
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