Duas novas mortes por gripe A confirmadas no Rio Grande do Sul são de pessoas que estavam em tratamento na Serra. Agora, já são quatro óbitos relacionados à doença, sendo que as duas primeiras foram registradas em Porto Alegre.
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Na Serra, uma das vítimas é um homem de 64 anos, morador de Flores da Cunha, mas que estava internado no Hospital da Unimed em Caxias do Sul. Ele morreu no final de março, mas o resultado do exame saiu nesta semana. Ele tinha diabetes e problemas cardíacos, por isso, pertencia ao grupo de risco. A outra vítima é um caminhoneiro de Quitandinha, no Paraná, internado domingo no Hospital Nossa Senhora da Oliveira, em Vacaria. Ele morreu na terça-feira. A 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS) ainda não tem informações se ele se enquadrava como paciente de risco.
Até quarta, sete casos suspeitos de gripe A estavam sob investigação em Caxias do Sul. Os casos reforçam o alerta para a prevenção, de acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde de Caxias, Maria Ignez Bertelli.
- É mais um indício de que o vírus está circulando na região. Monitoramos as suspeitas e já enviamos análise para o Laboratório Central do Estado (Lacen). Nossa orientação é para que as pessoas se previnam e evitem em ficar em locais com aglomeração - avisa Maria Ignez.
A confirmação das primeiras mortes por gripe A no Estado mostram que a doença começou a matar mais cedo do que no ano passado, quando o primeiro óbito foi registrado em maio. Nesta semana, o secretário da Saúde do Estado, João Gabbardo dos Reis, anunciou a criação de um Comitê de Monitoramento da Influenza. Além da secretaria estadual, esse grupo será integrado por prefeituras e instituições médicas, e terá a função de formular políticas públicas para combater a doença, como ampliar horários de atendimento. Mesmo com a confirmação das mortes, a campanha de vacinação, que começa no dia 25, não será antecipada.
Situação não é de pânico, afirmam autoridades
Apesar dos conselhos das autoridades de que não é necessário buscar a imunização tão cedo, a procura por vacina é grande nas clínicas particulares. Na quarta, apenas o Círculo tinha doses disponíveis na cidade. Na Medicina Preventiva da Unimed, que antecipou em duas semanas o início da vacinação, as 3,2 mil doses ofertadas na segunda-feira acabaram ontem de manhã. A previsão é de que um novo lote chegue na próxima semana, de acordo com o coordenador Janur Machado.
- Nosso telefone não para de tocar com pessoas pedindo informações sobre a vacina da gripe A. No ano passado, depois da campanha, quase sobraram doses. Nesse ano está uma loucura. As pessoas ficam sabendo das mortes e correm para cá. Receberemos novo lote com 10 mil doses, mas que abastecerão 17 municípios, não só Caxias. Se continuar como nos últimos dias, acabarão logo - acredita Machado.
A coordenadora da vigilância epidemiológica da 5ª CRS, Ana Maria Rocha, afirma que não há motivo para pânico:
- Neste momento, precisamos focar na prevenção. Quem fizer a vacina hoje, em três semanas ficará imune, mas a proteção continuará por até sete meses, dependendo da pessoa. Mas o foco são os grupos de risco, não há necessidade dessa corrida em busca de vacina.
Campanha em Caxias
A meta da Secretaria Municipal de Saúde para este ano é vacinar 115.471 mil pessoas dos grupos de risco, menos de 100 a mais do que em 2015. A campanha começa no dia 25 e segue até 20 de maio. As doses serão aplicadas apenas em pessoas que compõem os grupos prioritários estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Quem não estiver nestes grupos e mesmo assim quiser se prevenir, deve recorrer aos laboratórios particulares.
Saúde
Apesar das mortes por gripe A na Serra, autoridades afirmam que situação não é de pânico
A procura por vacina é grande nas clínicas particulares de Caxias
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