Cerca de 80 alunos do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, em Caxias do Sul, protestaram na tarde desta sexta-feira no Centro. Eles se encontraram por volta das 13h em frente à escola, na Av. Júlio de Castilhos, e seguiram caminhando até a Praça Dante Alighieri. Eles chegaram a trancar o trânsito por várias vezes na Rua Sinimbu, na frente da Catedral, e também na Rua Dr. Montaury, próximo da Casa da Cultura. Os estudantes reclamam da falta de merenda e de professores de algumas disciplinas. A Brigada Militar acompanhou a movimentação no Centro.
O organizador da manifestação, Jeferson Moraes, 19 anos, estudante do 1º ano do magistério, afirma que há pelo menos dois dias não há distribuição de lanche nos turnos da tarde e da noite. Por falta de pagamento do salário pelo Estado, docentes de matemática e física também estariam em greve. Durante o percurso, os alunos cantavam, em coro: "Fala da crise, pensa que me enrola. Parem de roubar e coloquem grana na escola".
- Nós queremos estudar e não estamos conseguindo. Sabemos que está faltando dinheiro para todo mundo, mas não dá para tirar dinheiro da escola - diz Moraes, que coordenou o protesto de alunos do fundamental e do magistério.
Procurado pela reportagem no início da tarde, o vice-diretor do turno da tarde do Cristóvão de Mendoza, Lindoberto Batista, disse que a direção da escola não estava sabendo do protesto. O professor afirmou que não há falta de merenda na instituição e que o quadro de professores, no momento, está completo.
- Se o protesto estiver ocorrendo por esses dois motivos, não faz sentido. Se estivéssemos sem merenda há dias, por exemplo, toda a comunidade saberia - garantiu o vice-diretor.
Durante o protesto, muitas pessoas que passavam pelas ruas centrais de Caxias pararam para acompanhar o ato dos alunos. Alguns apoiavam o protesto batendo palmas e buzinando; outros reclamavam do trânsito que ficou trancada por vários minutos.
- Não adianta reclamar desse jeito e atrapalhar a vida dos outros. Eles deveriam ir lá na prefeitura e na frente da casa do (José Ivo) Sartori. Sabemos que é preciso dar atenção para a educação, mas parar a nossa vida não faz sentido - disse o comerciante Adroaldo Vivaldi, 51 anos, que chegou a descer do carro para pedir para os estudantes deixarem a rua.
Manifestação
Alunos do Cristóvão de Mendoza protestam no Centro de Caxias do Sul
Falta de merenda e de professores são as reclamações dos estudantes. Direção da escola nega carências
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