"Só a repressão não resolve", diz comandante da BM sobre uso de crack em São Pelegrino, em Caxias

A reclamação de moradores e comerciantes é a mesma: aumento de usuários de crack e da insegurança no bairro São Pelegrino, em Caxias do Sul. A comunidade garante que o problema se agravou no último ano. André Rossetti, que mora e trabalha em São Pelegrino, chega a dar três voltas de carro na quadra antes de entrar em casa, com medo:

- Tem gente colocando segurança particular.  Estamos sempre de olho.

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Funcionária de loja de conveniência, uma mulher de 35 anos diz que já viu pessoas furtando dentro da loja, mas se calou por receio da reação. Arrombamentos também são comuns. Números da BM são baixos, mas a estatística pode estar prejudicada porque muitos não chamam a polícia.

Para autoridades, São Pelegrino é exemplo do aumento da drogadição em toda a cidade. Para o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), tenente-coronel Ronaldo Buss, roubos a transporte coletivo e a pedestres estão associados ao uso de drogas, como o crack. 

- É problema de saúde, não de polícia. Depois que se torna usuário, precisa ser internado, ter abordagem diferente. Quando há abordagem da polícia, não vai mais haver consumo naquele local, mas os usuários vão para outro lugar. Não podemos estar em todos os lugares. Só a repressão não resolve - explica Buss, acrescentando que operações sistemáticas contra o tráfico ocorrem em São Pelegrino, Euzébio Beltrão de Queirós e outros bairros.

Moradores dizem que a BM é pouco frequente e, por isso, a insegurança é maior. O bairro tem policiamento comunitário e, segundo o comandante da 1ª Cia do 12º BPM, capitão Amilton Turra de Carvalho, viaturas de diversas companhias atuam, por estar localizado em divisa de áreas. 

- As pessoas que andam na rua, são pessoas que, se abordadas, não têm nada, não têm arma. Não estão cometendo ilícito se não estiverem cometendo nada. A circulação nós não temos como coibir - aponta Turra.