A intolerância nossa de cada dia está piorando os mundos em que vivemos. Seja no mundo amedrontado pelos fundamentalistas do Estado Islâmico, seja nos excessos do mundo digital, seja ali na esquina, a intolerância nos fez engatar marcha ré.
Em momentos de pessimismo creio piamente que, coletivamente, pioramos, e que ainda vamos piorar mais até encontrar algum equilíbrio.
Nada piora coletivamente sozinho.
Os terroristas agem em parcerias, as redes sociais estão minadas de gente sem escrúpulos que bem sabe que sua intolerância terá guarida entre vasto quinhão de "amigos". Ali na esquina alguém foi morto, alguém matou, outros vão morrer, matar
O assassinato do rapaz no posto de combustíveis é mais um retrato na galeria que abarrota nosso cotidiano de acontecimentos inumanos, selvagens.
Não se está aqui julgando, buscando responsáveis, clamando por justiça.
Aqui não interessa saber quem morreu, quem matou. Interessa mais refletir sobre como uma sucessão de fatos tem resultado tão trágico.
Um rapaz foi morto a tiros; alguém atirou. Dito assim, o desfecho é claro: o caso é de polícia. Sim, o caso é de polícia, é importante que a Justiça julgue.
Guardadas as proporções, os acontecimentos que levaram a esse desfecho trágico num posto de gasolina se assemelham aos acontecimentos protagonizados pelos terroristas, virtuais ou não, de carne ou osso ou escondidos nas chamadas "redes sociais".
A intolerância nossa de cada dia nos leva a valorizar as diferenças, no pior sentido do termo, e a defender com unhas e dentes pontos de vista que às vezes não têm condição alguma de se manter de pé.
Assim vamos odiando, às vezes morrendo, às vezes matando.
***
O episódio Jardel deve servir de lição para todos nós, especialmente para quem ainda acha que política e eleição são desimportantes.
Os 41.227 gaúchos que elegeram Jardel precisam refletir profundamente sobre o destino que deram ao voto para deputado estadual em 2014.
Opinião
Gilberto Blume: a intolerância nossa de cada dia nos faz odiar. Às vezes morremos, às vezes matamos
A intolerância nos fez engatar marcha ré
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: